Será necessário entender que haverá um prejuízo e não só nas escolas públicas, e o que temos que fazer é minimizá-lo. O freio seria, durante pelo menos um mês, trabalhar os pontos principais do semestre, repetidas vezes, se necessário, permitindo-se jogar para 2021 – que também será um ano de desafio educacional, econômico e social.
Sou favorável ao enxugamento do programa do 1º semestre e, quem sabe, aula de reforço em um turno, aos sábados. É muito tempo de paralisação e precisa ser visto de forma que as crianças não se sintam privadas da liberdade, do prazer e da vida.
O tempo de pós-pandemia será um mundo novo, desafios novos, incertezas e a natural ansiedade de se fazer de uma vez tudo que não se pôde fazer a seu tempo. Será mais um grande aprendizado para o ser humano e frustrações e medos fazem parte desse crescimento.
Docentes, pais, alunos, somos todos iguais na humanidade, no anseio pela vida, no medo das perdas e dores. Sofremos todos nós as consequências danosas da pandemia. Precisaremos nos erguer e aprender juntos.
Alunos, professores e coordenadores deverão juntos com as classes diretamente interessadas estabelecer novas estratégias, por objetivos e região. Possivelmente o caminho não será o mesmo para todos, mas a vontade de superar sim.
Professores que estão sendo fantásticos na sensibilidade, na dedicação, na adaptação a novas ferramentas de ensino, professores que se reinventaram e que sofreram perdas desastrosas, estão tendo grande amadurecimento e o acolhimento emocional que a escola ofereça a todos. Não há nada perdido se a vida está salva, mas vamos precisar escutar mais e estar mais disponíveis para nossos atores. Precisaremos falar mais com a voz do coração, ter o tom da afetividade e o amor como veículo dos nossos sentimentos para que professores e alunos alcancem plenamente seus resultados. O afeto, a sensibilidade de entender a dor alheia, ou seja, a empatia serão absolutamente necessárias nesta fase e será muito bom se introduzirmos estas práticas em nossas vidas.