Nilce Argento - Divulgação
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Por Nilce Argento*
É muito importante treinar e motivar as equipes todos os dias, por pelo menos 10 ou 15 dias, para repassar as regras de proteção deles e dos clientes. Todos devem conhecer e entender as regras do município, as da casa e as recomendações dos especialistas. No site da Abrasel e de outras instituições fidedignas estão disponíveis vídeos educativos, que são úteis nos treinamentos. Não basta fazer, é preciso dar visibilidade.
Pesquisas recentes apontam que confiança – ou a falta dela – é a base do novo normal, portanto, a transparência será fundamental. Fundamental é iniciar, desde já, uma comunicação com o seu cliente através das mídias digitais, divulgando as medidas adotadas. Mostre o que normalmente não se vê: recepção de mercadoria, estocagem, sanitização, cuidados pessoais com os seus colaboradores, treinamentos.

Divulgue os cuidados que estão sendo providenciados para que a experiência no restaurante seja segura e saudável, no breve retorno: na entrada tapete com líquido sanitizante e um colaborador para medir a temperatura, espaçamento entre mesas e assentos, distanciamento entre funcionários e clientes, precauções para evitar cruzamento de fluxo... Esses cuidados serão úteis para sensibilizar e conscientizar os clientes. Esclareça que a equipe evitará a proximidade e conversas não essenciais com os clientes, mesmo usando máscaras.

A higiene ficou ainda mais importante. Qualquer sinal de descuido pode levar a desconfiança por parte do cliente: um objeto estranho na comida, um prato mal higienizado pode ganhar valor indesejável. Assegurar a higiene das mesas, cadeiras e utensílios a cada troca de usuário, oferecer sachês, pratos, copos e talheres visivelmente higienizados e protegidos são outros cuidados valiosos para a desejada segurança. É importante e recomendável ter um pequeno frasco de álcool em gel em cada mesa.

Os restaurantes com bufês devem providenciar os protetores salivar, além de alguém para servir os alimentos indicados por cada cliente. A alternativa de facilitar o autosserviço, se não proibida em norma municipal, pode ser praticada desde que se disponibilize álcool em gel e luvas descartáveis para o usuário no início do bufê.

As regras poderão variar em cada município, mas a menor ocupação do salão em relação ao período pré Covid-19 será um dos pontos centrais da nova normalidade. Portanto, os serviços devem ser repensados para serem executados sem dificuldades por quadro de pessoal igualmente reduzido e treinado.
Nos bastidores, cuidados adicionais desde a recepção de mercadorias. Para isso, um novo protocolo deve ser definido, incluindo a não entrada dos entregadores no estabelecimento e o descarte imediato das embalagens primárias não pode deixar de ser cumprido.

Verificar a norma municipal para a periodicidade de troca das máscaras pelos colaboradores também é importante. Especialistas no assunto têm recomendado troca a cada duas horas para os garçons e máscaras descartáveis para o pessoal da cozinha, com trocas em maior frequência.

*Nilce Argento é associada fundadora da Associação Brasileira para a Promoção da Alimentação Saudável e Sustentável (ABPASS)