Opina 27 julho  - Arte
Opina 27 julho Arte
Por Aristóteles Drummond*
Um caminho para a volta de um mínimo de respeitabilidade e credibilidade à vida pública do Rio de Janeiro, para dar substância a um projeto de recuperação econômica e social, seria a convocação de bons quadros, de excelência, hoje afastados. Seriam indicações pelo mérito e história de vida; não de interesses políticos ou paroquiais.

A área da educação, tão carente de uma gestão eficiente do ensino e reconhecimento do professor por vocação e disposição, poderia recrutar na rede privada um nome de sucesso, na orientação, sem partido, sem ideologia. Ou então um competente diretor das escolas militares, todas reconhecidas pela excelência.
Na saúde, o Rio tem exemplos de sucesso na gestão privada de hospitais, na implantação das clínicas populares, que vêm atendendo bem as classes médias, tanto na capital como no interior. São quadros desinteressados, a serem chamados a um serviço de consciência pública e social. Inclusive no voluntariado ou nos grandes nomes do setor privado que ainda militam no setor público.

A cultura tem quadros de alta qualidade, não contaminados pelas ideologias, que têm testado um serviço de alto nível. E tivemos nomes ainda disponíveis como Helena Severo, Celina Vargas do Amaral Peixoto, Luís Antônio Almeida, Ricardo Cravo Albin, Sergio Pereira da Silva, Reinaldo Paes Barreto, Douglas Fasolato e Roberto Medina. O patrimônio histórico e cultural do Rio – museus, teatros, igrejas, área musical e instalações para bons megaeventos – pode servir muito à cultura como ao turismo. Os dois, aliás, deveriam estar unidos na mesma secretaria.

É preciso coragem para impor ordem na cidade. O que passa pela obrigatoriedade, como sempre foi, da camisa nos transportes públicos, do rigoroso controle da ocupação dos ônibus e trens. Uma solução socialmente justa e humana para a população de rua, que degrada a cidade. Este desastrado governador, justiça seja feita, manteve bem o legado da intervenção na segurança, que foi comandada pelo General Braga Neto, hoje no Palácio do Planalto, pois as vias expressas e acessos ao centro estão policiados e a zona sul, com ostensivo patrulhamento. Talvez falte uma nova unidade prisional no interior, para afastar os elementos reincidentes, em local com forte bloqueio de celulares. Uma orientação que prestigie as polícias também pode dar novo impulso ao combate ao crime urbano.

Na possível queda do governador, cujas evidências são tais que o recuo da Assembleia pode gerar uma grave crise de confiança na população, o vice, a assumir, deve pensar neste caminho, o de se apoiar na opinião pública, nas forças vivas do empresariado e das lideranças do interior, formando uma equipe de notáveis. O que não impede que convoque políticos com ficha limpa e boas ideias.

Não podemos é trocar seis por meia dúzia!

*Aristóteles Drummond é jornalista