OPINA12AGO - ARTE KIKO
OPINA12AGOARTE KIKO
Por Carlos Erane de Aguiar* e Roberto Leverone**
O Estado do Rio ainda possui uma economia com inegáveis pontos fortes. Reúne 50% do PIB em um raio de 500 km, é o segundo maior mercado consumidor e o maior produtor de petróleo e gás do país. Não obstante, nenhum industrial no Brasil teve de enfrentar nos últimos anos um ambiente tão adverso, com uma combinação de problemas políticos e sociais de toda natureza, incluindo um contexto de corrupção sistêmica. A pandemia do coronavírus, maior crise de saúde pública dos últimos 100 anos, veio agravar uma conjuntura que já era extremamente crítica no Estado do Rio de Janeiro.

Mas para vencer a tempestade perfeita que se abateu sobre o território fluminense é preciso superar a insegurança dos investidores, contribuintes e consumidores.

Neste sentido, a Firjan apresentou recentemente na Assembleia Legislativa um conjunto de propostas reunidas no Programa de retomada do crescimento em bases competitivas do Estado do Rio de Janeiro.
O documento foi fruto de reuniões envolvendo dezenas de empresários e técnicos da Federação. E as iniciativas podem ser resumidas em quatro eixos principais, todos com grande potencial de geração de negócios.

São 142 oportunidades para concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs), que somariam investimentos de R$ 54,8 bilhões. O investimento em PPPs tem grande efeito multiplicador. Cada R$ 1 bilhão investidos na construção civil representam um potencial de geração de mais de 14 mil empregos, estimulando diversos outros setores industriais.

Outro foco está no destaque para as condições adequadas trazidas pelo novo marco legal do saneamento básico, e que podem viabilizar empreendimentos, até 2033, de R$ 23 bilhões para a universalização do serviço de água e esgoto no Estado, gerando 325 mil empregos e estimulando setores industriais como plástico, cimento, siderurgia, químico e máquinas e equipamentos.

No caso da Baixada Fluminense tais investimentos são estimados em R$ 1,3 bilhão para a cobertura de abastecimento d’água e em R$ 6,5 bilhões para coleta e tratamento de esgoto, totalizando R$ 7,8 bilhões.
Um terceiro eixo está em medidas para destravar investimentos em gás natural, com potencial de R$ 45 bilhões. Contempla iniciativas relacionadas ao futuro marco legal do gás natural, cujo projeto é uma das prioridades do Governo Federal e agora passou a tramitar em regime de urgência na Câmara dos Deputados. A Baixada será muito beneficiada pelo uso intensivo do gás do Pré-Sal pelo Comperj, em Itaboraí.

E por fim a Firjan também propõe a união da indústria de defesa com fornecedores da cadeia produtiva para viabilizar um cluster naval de ponta, de elevado padrão tecnológico, cujo complexo naval de Itaguaí é o benchmark.

A Alerj demonstrou excelente acolhida para as proposições da Federação e já começou a aprová-las, com um projeto que amplia a competitividade do setor metalmecânico.

As iniciativas estimulam diversos setores industriais espalhados por todo o Estado do Rio. São prioridades alicerçadas na credibilidade e união que marcam a atuação da Firjan.

*Carlos Erane de Aguiar é presidente da Firjan Nova Iguaçu
**Roberto Leverone é presidente da Firjan Duque de Caxias