Parto da seguinte hipótese para este grau de engajamento dos policiais e bombeiros, incluindo os oficiais: Em 2002, Lula incluiu em seu plano de governo as reivindicações dos PMs, Bombeiros e PCs por um piso salarial único e nacional, abandonando-o em apoio aos governadores. Em 2008, foi apresentada ao Congresso Nacional a PEC 300, e houve uma grande mobilização para aprovar a proposta, sem contar com o apoio do governo Lula e do PT.
Após muitas manifestações e reuniões nacionalmente, em 2010, a Câmara dos Deputados aprovou a PEC 300 em primeiro turno, marcando uma derrota ao governo Lula. Ela possuía uma pauta legítima num modelo semelhante ao do D.F. em termos salariais. Entretanto, o governo Lula agiu na Câmara dos Deputados para protelar a votação do segundo turno. Em 2011, Dilma Rousseff como presidente da república e o Dep. Marcos Maia (PT), presidente da Câmara, conseguiram arquivar a PEC 300. O que gerou uma grande mobilização em diversos estados para pautá-la, incluindo faixas de apoio em todas as manifestações de 2013 junto às centenas de outras pautas, inclusive as que pediam o arquivamento da PEC 37 do M.P.
Em 2015, o movimento dos policiais e bombeiros militares juntou-se às manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff, agregando as pautas legítimas à reivindicação ilegítima do excludente de Ilicitude, pedido pelas Forças Armadas Federais, particularmente o Exército, em função do grande número de decretos de Garantia da Lei e da Ordem do governo da presidenta. Jair Bolsonaro foi o principal porta-voz de todas as pautas legítimas e ilegítimas de PMs e Bombeiros, inclusive as leis de anistias aprovadas pelo Congresso Nacional em função de greves e motins. Dessa forma, o apoio desta categoria a Jair Bolsonaro é sólido e tem história. Dos soldados aos coronéis.