Deputado Dr. Luizinho lidera Comissão de Enfrentamento à Pandemia na Câmara. - Divulgação/Câmara dos Deputados
Deputado Dr. Luizinho lidera Comissão de Enfrentamento à Pandemia na Câmara.Divulgação/Câmara dos Deputados
Por Dr. Luizinho*
Maior crise da história da humanidade nos últimos 100 anos, a pandemia do novo coronavírus poderia ser a oportunidade de o planeta se unir. Em vez disso, assistimos a uma politização a nível mundial. O vírus, agradecido, se disseminou, provocando milhões de mortes. Mas há luz no fim do túnel.

Desde 11 de fevereiro, presencio o contrário acontecer no âmbito da Comissão Externa de Enfrentamento ao Coronavírus da Câmara, da qual sou presidente. Este colegiado é composto por 20 deputados dos mais diferentes partidos, estados, raças e religiões; da extrema direita à extrema esquerda, sem que isso resulte em disputas e brigas, mas em trabalho e união em prol do Brasil.

Em seis meses, completados em 11 de agosto, fizemos 75 audiências públicas com a participação de mais de 350 especialistas, três ministros da Saúde, prefeitos, governadores, secretários, índios, funcionários da Funai, militares, diplomatas. Adeptos e detratores do uso da cloroquina, da Ivermectina e até do ozônio, todos tiveram voz – sem que os debates jamais enveredassem para o desrespeito. Acima das nossas diferenças, havia em comum o enfrentamento da pandemia.

Encaminhamos ao plenário mais de 50 projetos que viraram leis. Conseguimos que a Anvisa liberasse a venda do álcool 70 líquido nos mercados – o que baixou o preço da forma em gel nas prateleiras. Ajudamos na aprovação de auxílios emergenciais para santas casas e para o povo mais necessitado.

Das quatro visitas técnicas presenciais feitas neste período, a mais importante foi sem dúvida a ida de 15 deputados da Comissão às instalações da Fiocruz e aos laboratórios de Bio-Manguinhos, em 28 de julho. Foi quando a presidente Nisia Trindade explicou os termos da parceria entre a Fiocruz, Universidade de Oxford e laboratório AstraZeneca para a produção da vacina de Oxford, estudo em fase mais avançado em todo o mundo.

Para que a Fiocruz se tornasse “sócia” do projeto, disse ela na ocasião, ainda era necessário um aporte de R$ 2 bilhões do governo brasileiro nessa parceria. Isso garantiria não só a aquisição do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para a produção de 100 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 pela Fiocruz até o primeiro trimestre de 2021, mas também a transferência da tecnologia para a produção do IFA e a compra dos equipamentos necessários para todo o processo.

Diante dessa oportunidade quase divina de o Brasil se tornar soberano na produção da vacina, libertando-se em definitivo dessa doença, em menos de 24 horas nossa Comissão aprovou indicação ao Ministério da Saúde para que fosse editada, em caráter de urgência, uma medida provisória destinando o dinheiro necessário para o projeto. O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, compreendeu imediatamente a importância do pleito e, em uma semana, o presidente Jair Bolsonaro assinava a MP da Vacina.

A atuação da nossa Comissão e a MP da Vacina provam que é possível, com união e capacidade de diálogo, superar qualquer barreira ideológica. O nosso trabalho não acabou, mas sem dúvida já deixou como legado a certeza de que a união dos diferentes forma uma nação insuperável.
*Dr. Luizinho é deputado (PP-RJ) e presidente da Comissão de Coronavírus da Câmara