João Marcello Barreto - Divulgação
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Por João Marcello Barreto*
O ano de 2020 está sendo marcado por uma série de desafios à humanidade. A pandemia ainda vem causando danos irreparáveis ao mundo, mas, apesar dos tempos difíceis, tem nos feito refletir sobre as mudanças que queremos e precisamos fazer. Se olharmos para as diversas atitudes de solidariedade, individuais e de grandes empresas, que surgiram nos últimos meses, podemos dizer que essa pandemia acendeu o lado mais humano das pessoas.

No Rio, diversos movimentos foram criados para reduzir os impactos causados pela Covid-19, como o União Rio, o Rio Contra o Corona e a ONG Voz das Comunidades. Responsáveis por cuidar de um patrimônio público, que são os quiosques da orla, e lidar direta e indiretamente com milhares de vidas, não poderíamos ser diferentes. Desde o início da pandemia, nossa principal preocupação foi garantir a saúde e a segurança de todos e continuar dando suporte para os operadores, que, em sua maioria, só têm o quiosque como fonte de renda.

Diante disso, criamos o Projeto Recomeço, uma iniciativa pioneira que, além de preparar os estabelecimentos para retomar suas atividades, tem a missão de deixar um legado de segurança para a praia, para o Rio e para o mundo. Depois de meses de isolamento social, as pessoas estão ansiosas para voltar à sua rotina e mais preocupadas com a saúde, buscando opções mais seguras de lazer e para a prática de atividades físicas. Temos visto um crescimento de pessoas se exercitando e buscando esportes ao ar livre. E a praia, com um cenário belíssimo, se tornou um lugar ainda mais procurado.

Por isso, desde o início, intensificamos nosso trabalho para estarmos prontos para receber novamente nossos clientes quando fosse possível. Nosso maior objetivo nessa crise sempre foi o de salvar vidas, mas sem esquecer a saúde financeira do nosso negócio. Afinal, são mais de três mil empregos gerados com os quiosques.

Além de criar uma série de protocolos para um atendimento mais seguro, realizamos diversas manutenções preventivas e reparos para deixar os quiosques preparados para a reabertura. Um dos resultados dessa dedicação é que só três, dos 309 quiosques que administrados, fecharam. Isso só foi possível graças à confiança dos operadores no nosso trabalho e por não se deixarem abater.

Mas o trabalho não acabou, muito menos a pandemia. Temos aí pela frente mais alguns meses de adaptação e reflexão sobre esse momento histórico, que exige de nós o mínimo de transformação e confiança em um novo recomeço.
*João Marcello Barreto é presidente da Orla Rio