Aristóteles Drummond, colunista do DIA
Aristóteles Drummond, colunista do DIADivulgação
Por Aristóteles Drummond*
Essa crise vivida pelo Rio de Janeiro, capital e interior, fruto da covid-19 e da inacreditável eleição de um desconhecido, que ninguém sabia quem era e, claro, se soubesse não seria eleito, pelo menos tem seu lado positivo. O Rio elegeu um prefeito, Eduardo Paes, capacitado para a função e o estado ganhou um governador equilibrado e de bom senso em Claudio Castro. As duas equipes formadas são de bom nível. Mas há muito o que fazer.  Antes de inovar, recuperar, modernizar, reconstruir.
A própria representação empresarial está sofrendo mudanças para melhor. No comércio, com o afastamento de um dirigente compatível com os anos que o país viveu até 2019, na ACRJ, que é a mais abrangente e prestigiada voz do empresariado, após uma fase de reorganização interna, pelas mãos de sua atual presidente, deve voltar a ter voz na defesa dos interesses da cidade e do estado, na linha da tradição de dirigentes de alto nível na vida da sociedade. A volta dos empresários “sangue azul”, com história nas forças vivas da sociedade como um todo.
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O Rio sempre marcou posição, mesmo quando os maiores bancos eram sediados em Minas, a alta direção era no Rio, como o Nacional de Minas, Moreira Salles, BMG – este, inclusive, teve seu fundador, Manuel Ferreira Guimarães, na presidência da ACRJ. O presidente do Conselho Superior da entidade, Humberto Mota, está ultimando a apresentação da chapa a ser apresentada para o pleito de maio próximo, ouvindo inclusive os ex-presidentes.
Além da recuperação estética da cidade, especialmente de seu centro, com forte apelo para melhor aproveitamento turístico pela riqueza de suas igrejas, monumentos, prédios de época, há de se dar atenção a suas empresas mais tradicionais, de renome nacional.
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Em mãos de governantes medíocres, após a fusão, perdemos instituições de referência, que nos retirou relevância empresarial. Na área financeira, foi a ida da Bolsa de Valores para São Paulo, assim como a diretoria de Câmbio do Banco Central, a sede da Embratur, bancos como o Boavista, Nacional, casas comerciais, como Sears, Mesbla, Brasileiras, Barbosa Freitas, Bemoreira, Ducal, Brastel e Rei da Voz, as redes de televisão Tupi, Manchete e, antes, a Continental. As duas mais importantes revistas semanais do país eram sediadas no Rio, Cruzeiro, de Chateaubriand, e Manchete, de Adolfo Bloch.
E, claro, a representação política, que sempre teve, nos dois lados da baia, gente de grande valor cultural, ético e moral. Para citar alguns; Gilberto Marinho, Negrão de Lima, Carlos Lacerda, Amaral Peixoto, Raimundo Padilha, General Caiado de Castro.
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O Rio não pode ser abandonado. Tem e pode reagir. A começar por essa troca de guarda positiva em todos os segmentos. Tem de mudar, e vai mudar.
*É jornalista