Aristóteles Drummond, colunista do DIADivulgação

Nesta semana, José de Magalhães Pinto estaria completando 114 anos. Um mineiro e brasileiro para não ser esquecido pelo exemplo de figura humana e personalidade da vida nacional. Muito jovem, foi diretor do então Banco da Lavoura, o maior de Minas, de onde saiu por pressão do governo Vargas – pelo fato de ter assinado o Manifesto dos Mineiros –, e fundou o Banco Nacional, que chegou a ser um dos três maiores do Brasil.
Como empresário, foi pioneiro na indústria automobilística, sócio relevante da SIMCA do Brasil, fábrica de automóveis francesa, e na aviação foi também fundador da Líder Taxi Aéreo. Na mídia, fundou a revista Alterosa. Foi o até então mais jovem presidente da Associação Comercial de Minas Gerais.
O sucesso na vida empresarial e pública nunca afetou sua simplicidade, humildade e generosidade. Homem bom, na completa acepção da palavra. Foi um excelente chefe de família, patrão, líder político e cidadão. Pai presente, carinhoso e vitorioso no formar todos os filhos com padrões éticos e morais.
Ao abraçar a vida pública, foi marcante e sempre respeitado pelos adversários. Foi deputado federal, senador, governador de Minas, ministro das Relações Exteriores, exercendo todas estas funções com bom senso, equilíbrio, dinamismo. Passaram pela sua equipe jovens que vieram a se tornar referências da política nacional e empresarial, tais como José Aparecido de Oliveira, que tinha como um filho, Murilo Macedo, Oscar
Dias Côrrea, Hélio Garcia e Aureliano Chaves entre outros.
No banco, revelou ao Brasil o fenômeno do sobrinho José Luiz Magalhães Lins, o inovador do sistema bancário e responsável maior pelo crescimento do Nacional. Como inconteste líder civil da Revolução de 1964, foi o mais bravo, pois, ao iniciar o movimento, estava colocando em risco não apenas a sua vida pública, mas também a sua fortuna pessoal. Mas logo contou com o apoio de seus colegas governadores de São Paulo, Adhemar de Barros, do Paraná, Ney Braga, do Rio Grande do Sul, Ildo Meneghetti, e da Guanabara, Carlos Lacerda.
Um homem com esta trajetória não pode, nem deve, ser esquecido. Era cidadão e empresário de consciência política e social, o estadista destemido em defender valores da nacionalidade. Figura na galeria das grandes contribuições dadas por Minas ao Brasil do século XX, ao lado de Antônio Carlos Andrada, Virgílio Mello Franco, Francisco Campos, Francisco Negrão de Lima, JK, Itamar, Tancredo e outros.
Aristóteles Drummond é jornalista