A cidade do Rio será o palco da Cúpula do G20, reunindo líderes de 19 estados, além da União Africana e da União Europeia, para discutir a reforma da governança global, a luta contra a fome e as finanças globais em direção ao desenvolvimento sustentável. Conforme o mundo se volta para o G20, mais evidente fica a encruzilhada entre a governança global e a realidade local.
É verdade que as favelas são muitas vezes esquecidas nas grandes discussões globais. A precariedade em que os moradores se encontram e a falta de infraestrutura básica formam o cenário perfeito para desastres naturais, como deslizamentos de terra. A falta de saneamento básico e a poluição do ar agravam ainda mais a situação, impactando na saúde e qualidade de vida dos moradores.
Na Favela do Alemão (CPX), por exemplo, os dados revelam que 75% de todas as famílias com crianças viviam em insegurança alimentar. É inconcebível pensar no futuro se não há comida para ser servida hoje à noite para os filhos de alguém. Se o G20 pretende combater a fome, é crucial começar aqui e agora.
Diante de tantas dificuldades, é imprescindível a inclusão dessas comunidades na elaboração de políticas. São elas que enfrentam os mais duros desafios dia após dia, logo, devem ser protagonistas no desenvolvimento de soluções que afetam diretamente suas vidas.
É importante que seja firmado um compromisso de todos os estados membros para que o Rio de Janeiro seja, de fato, a Cidade Maravilhosa, onde não há fome, nem violência. A Cúpula é a ocasião para refletir sobre desafios persistentes e um convite à ação coletiva para promover mudanças palpáveis.
O Observatório Internacional da Juventude (International Youth Watch) é um importante aliado do G20 que clama para que olhem para além das salas de conferências. É necessário ver a cidade em sua totalidade e dar voz aos jovens, pois eles são a chave para um futuro mais sustentável e justo.
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