Rio - A reitoria e a direção do HUPE vão entrar na Justiça para por fim à greve na instituição, que já dura quase quatro meses. Na nota divulgada através do site da universidade, eles dizem que entendem os motivos que levaram a paralisação no início de março, mas que "todo direito tem seus limites".
O texto toca principalmente na situação do Hospital Universitário Pedro Ernesto, que vem sofrendo com a grave crise do estado sem os repasses necessários para manter a unidade funcionando e, na último dia 19, suspendeu as cirurgias que ainda eram realizadas mesmo com a paralisação.
"O acesso à SAÚDE é um direito fundamental assegurado pela Constituição e o direito à VIDA é uma cláusula pétrea da Carta Magna", diz o texto.
Estava prevista para as 14h desta quarta-feira uma assembleia de técnico-administrativos da Uerj no Hospital Universitário Pedro Ernesto. Em pauta está a greve, a avaliação do movimento e outros assuntos.
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Leia o texto na íntegra:
A Reitoria e a Direção do HUPE compreendem os motivos que deflagraram a greve no âmbito da UERJ, sendo sensíveis às causas de seu acirramento, em especial o parcelamento dos salários relativos ao mês de maio.
Sem qualquer dúvida, acreditamos que a greve é um direito legal. Contudo, todo direito tem seus limites no prejuízo aos direitos de outros.
O acesso à SAÚDE é um direito fundamental assegurado pela Constituição e o direito à VIDA é uma cláusula pétrea da Carta Magna.
O gestor público tem a obrigação de agir de todas as formas para assegurar o melhor funcionamento possível da instituição sob sua responsabilidade. Não agindo assim, atua com negligência no exercício do cargo e impede o cumprimento de sua missão finalística.
Frente ao impasse interposto, de um lado o legítimo direito à greve pelo funcionalismo e, de outro, o direito constitucional à saúde e à vida da população, não restou outra alternativa aos gestores além de solicitar a isenta arbitragem pelo Judiciário, instituição fundamental à democracia e competente para decidir sobre a razoabilidade dos direitos.
Esta conduta traduz-se como ética, democrática e responsável, sendo certo o fiel cumprimento das decisões emanadas da Justiça.