Rio - Policiais da 167ª DP (Paraty) prenderam em flagrante, nesta terça-feira, o sobrinho do chefe da facção Comando Vermelho (CV), Luiz Fernando Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Taiuã Vinicius da Costa Oliveira, de 27 anos, é filho da irmã do criminoso e estava com outros quatro comparsas em uma oficina, localizada no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, quando foi capturado. No local, os agentes apreenderam uma pistola e drogas.
Segundo o delegado Flávio Narcizo, titular da 167ª DP, após três meses de investigações foi possível descobrir que traficantes de Caxias vendiam drogas para a comunidade Ilha das Cobras, que fica em Paraty e também é dominada pelo CV. Em abril, os policiais apreenderam um caminhão no Mercado São Sebastião, na Penha, transportando mais de duas toneladas de maconha que seriam destinadas para a região do Sul Fluminense.
"Conseguimos descobrir essa conexão entre a facção criminosa e foi possível saber que traficantes oriundos da comunidade Dois Irmãos, também em Caxias, vendiam drogas para comparsas aqui (Paraty). Já até identificamos pessoas que são usadas como 'mulas' (pessoas que transportam a droga de uma área para a outra)", frisou o policial.
Em depoimento, Taiuã referiu-se a Beira-Mar diversas vezes como pai. "Ele mostrou ser bem ligado ao Fernandinho Beira-Mar e vai ser investigado se ele estava querendo assumir os 'negócios' do tio, afirmou o delegado Flávio Narcizo. Além do sobrinho do chefão do CV, foram presos Lúcio Mauro de Araújo Ribeiro, Fábio Paulo Pimenta, conhecido como Malabim, Eduardo Paulo Pimenta e Severino do Ramos de Farias. O primeiro é apontado como gerente geral da Favela Dois Irmãos.
Os cinco presos foram autuados em flagrante por de tráfico de drogas, associação para o tráfico e posse de arma de fogo de uso restrito. Na ação foram apreendidos: uma pistola marca Taurus calibre .40 de uso restrito, aproximadamente 15 kg de cocaína em tabletes, três mil comprimidos de ecstasy, R$ 450 reais e oito celulares, além de balança de precisão e munições.
Em dos um tabletes com cerca de 15 kg de cocaína, uma imagem chamou atenção dos policiais civis. A droga estava com o selo do cavalo branco. Segundo investigadores da 167ª DP, isso significa que o entorpecente é o mais 'puro' possível e, geralmente, vem de outros países. "Elas normalmente são trazidas do Peru ou da Bolívia e um quilo desta droga pode chegar até R$ 18 mil", frisou o delegado Flávio Narcizo, acrescentando ainda que as investigações vão prosseguir.