Rio - Apesar de ter recebido uma decisão judicial para ser solto, o pastor Felipe Heiderich pode continuar preso por falta de tornozeleira eletrônica. A informação foi confirmada pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seop), no início da noite desta sexta-feira. Acusado de abusar do seu próprio enteado, de 5 anos, ele está preso desde a última segunda-feira, em Bangu 10, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste.
Durante a tarde desta sexta-feira, a Justiça havia revogado a prisão do pastor. Heiderich foi denunciado pela sua mulher, a também pastora Bianca Toledo, por meio das redes sociais. Na mesma decisão, o juiz Paulo Cezar Vieira de Carvalho Filho, da 17ª Vara Criminal da Capital, determinou ainda que o suspeito não se aproxime de Bianca e nem da criança.

O magistrado aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), que solicitou as medidas cautelares. Como o órgão não pediu a prisão preventiva, o pastor responderá o processo em liberdade. Além disso, uma das determinações judiciais era que ele fosse monitorado por uma tornozeleira eletrônica. No entanto, com este problema informado pela Seap, ainda não tem como ele sair da prisão.
Acima de qualquer suspeita
Jovem, bem sucedido e guia espiritual de milhares de cristãos: até esta quarta, esse era o perfil do pastor, ministro da Aliança Mundial de Evangelização e Ensino (AME), com sede no Rio de Janeiro. Era até o senador e pastor Magno Malta (PR-ES) ocupar a tribuna do Senado e tornar pública a face oculta de Felipe Heiderich, que está preso temporariamente por 30 dias, suspeito de estupro de vulnerável. A suposta vítima seria o seu próprio enteado, um menino de 5 anos, filho da atual esposa e parceira do pastor na liderança da AME, a pastora Bianca Toledo.
“O fato é que a pastora Bianca Toledo, casada com o senhor Felipe Heiderich, descobriu que esse falso pastor estava abusando de seu filhinho”, bradou o senador, que presidiu a CPI da Pedofilia. A revelação do político não era segredo para a Polícia do Rio. Às 15h44m de 23 de junho, a pastora Bianca procurou a Delegacia de Atendimento à Criança e Adolescente Vítima (Dcav) para denunciar o marido por abuso sexual contra a criança. Laudos e entrevistas com psicólogas confirmaram a denúncia, de acordo com o inquérito.