Por gabriela.mattos

Rio - Pessoas acostumadas a tomar café diariamente a R$ 0,50 se revoltaram diante do fechamento do Restaurante Popular da Central do Brasil e se aglomeraram no portão da unidade na manhã desta segunda-feira. “Eu pagava R$ 2 para almoçar, não ficava com fome. Com este valor só me resta fazer um lanche popular no Largo da Carioca”, reclamava o desempregado Carlos José Martins, de 46 anos.

Com o fechamento dos restaurantes populares, incluindo o do Méier, na Zona Norte, e o da Cidade de Deus, na Zona Oeste, mais de dez mil refeições deixaram de ser servidas. Sem receber do governo do estado há 14 meses, as empresas teriam R$ 120 milhões a receber pelo serviços prestados. A Home Bread, responsável pelo restaurante da Central, não se pronunciou.

Na unidade da Central%2C Carlos reclamava%3A ‘Antes não ficava com fome’Estefan Radovicz / Agência O Dia

“Moro na rua, não consigo pagar aluguel e nem comer decentemente. O restaurante é a salvação de muita gente que está na mesma situação que eu. Vamos passar fome, é isso que querem?”, lamentava o camelô Roberto Lucachaque Torre, 48.

A aposentada Frankilande de Souza, 73, disse que, às vezes, almoçava com os amigos que fez no bandejão. E lamenta pelos companheiros. “Felizmente tenho dinheiro para comer em outro lugar. Mas muita gente vai passar fome”, esbravejou.

No dia 1º, os administradores dos restaurantes ameaçaram fechar as unidades. Mas a promessa da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos de tentar pôr os pagamento em dia fracassou. A Secretaria não respondeu até o fechamento desta edição.

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