Por gabriela.mattos

Rio - Ocupado desde quarta-feira passada, o Museu do Índio, em Botafogo, virou palco de conflito entre manifestantes indígenas e funcionários da instituição, que pertence à Fundação Nacional do Índio (Funai). Retirados à força na sexta, manifestantes reocuparam o local no domingo e houve confronto. Vídeo publicado na página do Facebook ‘Aldeia RExiste’ mostra seguranças e funcionários (também indígenas, segundo a Funai) agredindo manifestantes com bordunas (armas indígenas) que teriam sido retiradas do próprio acervo do museu. Mesmo caídos no chão, os ocupantes continuaram sendo agredidos. 

Cerca de 40 manifestantes estão acampados nos jardins do museuDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

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“Eles foram contratados para matar”, diz o líder indígena Urutau Guajajara. “Foi uma ação orquestrada. Como os seguranças estavam todos de madeira na mão?”, questiona Mônica Lima, uma entre os cerca de 40 manifestantes acampados no local. Ela comenta que a tentativa de retirada ocorreu antes de a reintegração ser concedida à Funai, às 17h30 desta segunda-feira.

Em nota, a Funai informou que índios Fulni-ô, que estão no Rio para atividade apoiada pelo museu, “reagiram a agressões contra um servidor indígena do museu, que vinha sendo alvo de insultos e difamação por parte dos ocupantes.” As reivindicações dos ocupantes incluem retomada da posse da Aldeia Maracanã, fim do genocídio de povos tradicionais e a extinção da PEC 215, que passa ao Legislativo a demarcação de terras.

Reportagem do estagiário Caio Sartori

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