Por rafael.nascimento

Rio - A Justiça do Rio autorizou a transferência de 17 presos, que foram considerados pela Secretaria de Segurança Pública como sendo os mais perigosos do Estado, para presídios de segurança máxima fora do Rio. Entre criminosos transferidos estão chefes de facções criminosas e um miliciano. 

De acordo com o juiz Eduardo Oberg, titular da Varas de Execuções Penais (VEP), o pedido foi feito nesta semana pelo secretário de Segurança José Mariano Beltrame, após a pasta descobrir que os detentos, que cumpriam penas no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, planejavam fazer ataques no Estado. A Secretaria de Estado de Segurança (Seseg) confirmou que os presos estariam articulando uma série de crimes no Rio.

TJ determina transferência de 15 presos que comemoraram fuga de Fat Family

Comboio saiu de Bangu no final da manhã desta sexta-feira e seguiu para o Aeroporto do Galeão%2C na Ilha Reprodução/TV Globo

De acordo com Oberg, a transferência faz parte do plano de segurança do estado para a Olimpíada. "A transferência foi feita a pedido do Mariano Beltrame. Nós estamos retirando aqueles — os mais perigosos — após uma analise de inteligência feita pela Justiça e pelo Ministério Público. Eles são os que mais influenciam (no crime) no Estado", afirmou o magistrado.

Entre os presos transferidos nesta manhã está Edson Silva de Souza, conhecido como Orelha. Ele chefiava o tráfico nas comunidades de Nova Brasília e Fazendinha, no Complexo do Alemão. Outro transferido é José Benemário de Araújo, o Benemário. Foi o criminoso quem deu as ordens para os ataques a cinco UPPs da região do Complexo de Manguinhos, em março de 2015. O bandido estava escondido numa casa em Ciudad del Este, no Paraguai. A prisão do bandido foi feita em agosto daquele ano. O miliaciano Thiago de Souza Aguiar, irmão de Tony Angelo, também está entre os transferidos. 

Criminosos embarcaram do Galeão para Catanduvas%2C no Paraná%3B Mossoró%2C no Rio Grande do Norte e Porto Velho%2C em RondôniaReprodução/TV Globo

"Mesmo eles lá, presos em Bangu, verificou-se que eles continuavam usando de suas influências. Usavam meios de comunicação — telefone e parentes— para passar ordens", confirmou Oberg ao DIA. "Se eles estivessem presos e não se comunicassem, não haveria necessidade de manda-lós para presídios federais fora do Estado", finaliza.

Edson Silva de Souza%2C o Orelha%2C é apontado como chefe do tráfico no Complexo do Alemão Fabio Gonçalves / Agência O Dia

"É importante ressaltar que a transferência desses presos foi um trabalho em conjunto com órgãos distintos. Uma ação do Estado, em parceria com o MP, a Secretaria de Segurança Pública e a VEP. Além da participação de juízes federais que assinaram para que esses criminosos fossem aceitos naqueles presídios" acrescenta o juiz Eduardo Oberg, titular da Varas de Execuções Penais.

A Justiça do Rio solicitou em regime emergencial um jatinho da Polícia Federal que fez a transferência dos criminosos para os presídios de Catanduvas, no Paraná; Mossoró, no Rio Grande do Norte e Porto Velho, em Rondônia. 

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública confirmou em nota que os bandidos estariam participando de ações criminosas e foram transferidos por questão de segurança. Ainda de acordo com a pasta, os pedidos de transferência são feitos periodicamente com base em investigações da Subsecretaria de Inteligência (SSINTE).

Perguntada se a tansferência de hoje faz parte do plano de segurança do estado para a Olimpíada, a Seseg se limitou a dizer que não comentaria sobre nada além do que foi enviado por e-mail. 

Foram transferidos nesta sexta:

- Adilson Gomes da Hora Júnior - vulgo Nico;
- Claudemir Silva Paixão - vulgo Negão da 12;
- Cleverson de Souza Silva - vulgo Trek do Amor,
- Edson Silva de Souza - vulgo Orelha;
- Eduardo Luiz Paixão - vulgo Duda 2D;
- José Benemário de Araújo - vulgo Benemário;
- José Ricardo Couto da Silva - vulgo Ricardo Paiol;
- Luiz Claudio Gomes - vulgo Pão com ovo;
- Wallace Batista Soalheiro - vulgo Pixote;
- Leonardo Marques da Silva - vulgo Sapinho;
- Marcelo da Silva Leitão;
- Thiago de Souza Cheru - vulgo Dorei;
- Anderson da Silva Verdan. - vulgo Bamba ou Bomba;
- Thiago de Souza Aguiar - irmão do miliciano Tony Angelo;
- Bruno Maxwell dos Santos Affonso - vulgo Chapoca ou Coto;
- Carlos Vinicius Lirio da Silva -  vulgo Cabeça, Cabeça do Sabão ou Cabeção;
- Wallace de Araújo Torres - vulgo Arão ou CB.

Outras transferências

Há pouco mais de um mês, a Vara de Execuções Penais (VEP) determinou que 15 presos, que cumpriam pena em Bangu, fossem também transferidos para presídios federais fora do estado. A decisão ocorre após uma suposta festa ter sido realizada na cadeia para comemorar a ação de criminosos que resgatar o traficante Fat Family do Hospital Souza Aguiar, onde ele estava internado sob custódia. Na decisão, do também juiz Eduardo Oberg, titular da Varas de Execuções Penais, estava Edson Pereira Firmino de Jesus, o Zaca, tio Fat Family.

Na ocasião foram transferidos:

- Leonardo Carlos da Silva - vulgo Léo da Kelson;
- Davi da Conceição de Carvalho - vulgo Davi do final feliz;
- Marcelo da Silva Guilherme - vulgo Marcelinho dos Prazeres;
- Wilson Ferreira Cardozo - vulgo Bacalhau;
- Paulo César de Souza dos Santos - vulgo Paulinho Muleta;
- Edson Pereira Firmino de Jesus - vulgo Zaca;
- Aleksandro Rocha da Silva - vulgo Sam da Caicó;
- Marcelo Fonseca de Souza - vulgo Marcelo Xará;
- Isaías da Costa Rodrigues - vulgo Isaías do Borel;
- Sandro Batista Rodrigues - vulgo Naíba;
- Marcio Gomes de Medeiros Roque - vulgo Marcinho do Turano;
- Wilson Ferreira Cardozo - vulgo Bacalhau;
- Eliezer Miranda Joaquim - vulgo Criam;
- Carlos Eduardo Rocha Freire Barboza – vulgo Kadu Playboy;
- Francisco Eduardo Freire Barboza.

Reportagem do estagiário Rafael Nascimento

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