Por rafael.nascimento
Rio - O ex-governador Anthony Garotinho recebeu alta na manhã desta terça-feira. O político estava internado sob custódia da Polícia Federal após ser preso em uma operação que investiga a compra de votos com o uso do benefício Cheque Cidadão. Garotinho saiu da unidade médica por volta das 9h15, em uma viatura descaracterizada da PF e acompanhado da mulher, Rosinha Garotinho, prefeita de Campos, no Norte Fluminense.
De acordo com a assessoria de imprensa do ex-governador, ele foi levado para seu apartamento no Flamengo, Zona Sul do Rio. A partir de agora o político passa a cumprir prisão dominiciliar. A assessoria de Garotinho está providenciando o uso de uma tornozeleira eletrônica. O ex-governador é acompanhado por um agente da Polícia Federal.
Momento em que Anthony Garotinho deixa o hospital na Zona Norte do Rio Reprodução / GloboNews

Garotinho  entrou com notícia-crime no Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) contra o juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da 100ª Zona Eleitoral, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, que determinou sua prisão preventiva.

Ele pediu a abertura de um inquérito policial para investigar o magistrado, o qual acusa de cometer "denunciação caluniosa". O político nega a acusação de ter liderado um esquema para compra de votos em Campos dos Goytacazes e, também, considera sua prisão "absolutamente ilegal e abusiva".

A notícia-crime é assinada pelo político e seu filho, Wladimir Matheus. No texto, eles listam "episódios lamentáveis" envolvendo o juiz, que teria cometido abuso de autoridade mais de uma vez. Eles também criticam a decisão "desumana e violenta" de conduzir Garotinho para a unidade de saúde do complexo penitenciário de Bangu com o "anseio de montar a cena para o show midiático".

A afirmação do juiz Glaucenir Oliveira de que o ex-governador e Wladimir lhe ofereceram R$ 1,5 milhão e R$ 5 milhões, por meio de terceiros, para evitar uma prisão é citada. "Por que então o noticiado (o magistrado) não prendeu os agentes do suposto crime em flagrante?", perguntam no texto.

Saúde

Garotinho foi diagnosticado com uma obstrução em ramo da coronária direita, que foi tratada com angioplastia e implante de “stent” farmacológico, segundo seus médicos. Após o procedimento, que aconteceu no último domingo, o político precisou ficar em observação na Unidade Cardiointensiva do Quinta D'or.

Garotinho sentiu se mal quando estava na Superintendência da Polícia Federal, na Praça Mauá, e a pedido de sua defesa, foi levado, na última quarta-feira, para o Hospital Souza Aguiar, no Centro. No entanto, uma liminar concedida pelo juiz da 100ª Zona Eleitoral de Campos, Glaucenir Silva de Oliveira, determinou que ele fosse levado para a UPA do Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, na quinta-feira.

Na madrugada de sexta-feira, Garotinho chegou a ser levado para o complexo peniteciário, mas outra decisão, desta vez da ministra Luciana Lóssio, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a transferência imediata do ex-governador para um hospital na madrugada do último sábado. A decisão é liminar, ou seja provisória — e será levada à apreciação do plenário do TSE na próxima sessão da Corte. Na decisão, a magistrada determinou que, após o prazo necessário para a conclusão dos exames e procedimentos médicos indicados pela equipe, o ex-governador ficasse preso em regime domiciliar.