Rio - À medida que o verão se aproxima, o risco de uma epidemia de dengue começa a preocupar os especialistas. No último boletim epidemiológico da doença, já foram registrados até agosto 10 mil casos a mais que em todo o ano de 2015 na cidade do Rio — total de 24,7 mil suspeitas. O Info Dengue apontou que o pico foi entre 27 de março e 17 de abril: em três semanas, 8,8 mil casos.
Apesar da friaca do final de primavera, nos meses de verão se espera condições ideais para o Aedes aegypti se reproduzir. “Sempre se espera temperaturas mais altas e mais chuvas. Temos que prevenir antes de acontecer”, disse a pesquisadora Rafaela Bruno, do Instituto Oswaldo Cruz.
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Alternativa para diminuir 96% de casos graves, a aplicação da vacina é estudada pelo governo do estado. De acordo com o coordenador do Centro de Excelência em Avaliação Econômica e Análise de Decisão da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), Denizar Vianna, a imunização geraria economia. No Brasil, a redução seria de 50%, ou US$ 188 milhões, para os custos de internações em dez anos de epidemia. “Tem que ficar claro que as decisões de governo devem ser pautadas por prioridades. Infelizmente não temos dinheiro para fazer tudo”, declarou.
Mas é tarde demais para garantir proteção total para o verão. Como a vacina é administrada em três doses, com intervalo de seis meses entre cada uma, só haveria tempo para uma aplicação. Diretora médica da Sanofi Pasteur, que criou a vacina, Sheila Homsani explica que a proteção seria de 60%, de 15 dias a um mês após a aplicação. “O combate ao mosquito tem que continuar porque ele não transmite apenas a dengue. A vacina não protege 100%. Nenhuma vacina protege 100%”.
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?Reportagem da estagiária Alessandra Monnerat