Por gabriela.mattos
Rio - Documento do Tribunal Superior Militar liga o atual secretário municipal de Ordem Pública, Paulo Cesar Amendola, ao Centro de Operações de Defesa Interna (Codi), usado na ditadura para reprimir movimentos contrários ao regime.
Em 3 de dezembro de 1970, Amendola, então “capitão da Polícia Militar do Estado da Guanabara a serviço do C.O.D.I”, foi designado para apreender “todo e qualquer material subversivo ou destinado a subversão” na casa de um suspeito em Botafogo. Para isso, estava autorizado a “arrombar portas, gavetas e armários e prender em flagrante os recalcitrantes”. O mandado é assinado por Wilson Carrilho de Oliveira, então comissário de polícia lotado no Codi do 1º Exército.
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Papelada
Naquele dia, Amendola não encontrou armas ou munição no local, mas apreendeu anotações, documentos falsos e folhas datilografadas com títulos como ‘Mudai o mundo, ele está precisando’ e ‘Perguntas de um trabalhador que lê’. Segundo o auto de apreensão, os materiais eram, “ao que tudo indica, destinados e relativos a subversão”.
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Xará
A casa era de Paulo Cesar Azevedo Ribeiro, que em 2012 recebeu, junto com outros 118 perseguidos políticos, um pedido formal de desculpas do governo do estado.
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Oposição
O vereador David Miranda (Psol), que obteve os documentos do Tribunal Superior Militar e faz oposição ao prefeito Marcelo Crivella, pedirá a exoneração do secretário.
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Resposta
Procurado pelo Informe, Amendola disse que, à época, a conjuntura política era adversa e que a polícia combatia grupos que queriam a derrubada do governo militar através das armas. “Dizer que trabalhei no Codi fico até orgulhoso. Todo o aparato das Forças Armadas era mobilizado: Polícia Militar, Corpo de Bombeiros... Eram operações de defesa interna em prol do interesse nacional. Combati sequestradores e assaltantes de bancos.”
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Segue
“Eu, como chefe de operações especiais, tinha que cumprir minhas missões. Não cometi nenhum crime. Se tivesse, teria respondido. Não era lotado no DOI e nunca torturei ninguém. Se algum vereador falar em tortura, como fizeram, já estou com o advogado pronto para processar.”
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Chat amizade
A deputada Zeidan (PT) tem irritado colegas de Assembleia Legislativa com postagens, no grupo de WhatsApp da Alerj, que nada dizem respeito ao estado. Desde fotos em momentos de lazer com o marido a textos imensos em defesa de Lula e Dilma.