Rio - O que era para ser um dia tranquilo e em família virou um pesadelo na vida do auxiliar de estoque, Raul Neves, de 27 anos, morador da Maré. Por muito pouco sua filha Savana, de apenas 2 anos, não engrossou as estatísticas de morte de crianças por bala perdida. A pequena estava no colo do pai dia 12 de junho quando ele foi alvejado pelas costas na porta de uma lotérica na Nova Holanda, também na Maré.
O projétil entrou pela nuca e saiu no ouvido de Raul, que já caiu desacordado. A via crúcis do pai não acaba por aqui. Incicialmente dado como morto por populares, ele foi socorrido ao Hospital Geral de Bonsucesso e amargou uma espera de 6 horas para ser transferido para o Hospital de Saracuruna, onde poderia ter o atendimento adequado.
"Foi um susto enorme, não estava tendo tiroteio e a bala veio do nada", conta a esposa de Raul, Paloma Nogueira, de 24 anos. Funcionário de uma motopeças em Brás de Pina, Raul estava de férias e ainda não conseguiu dar entrada no benefício do INSS. "A situação está difícil, ainda não consegui dar entrada no INSS e dependo da ajuda das pessoas pra me locomover", conta ele.
O auxiliar diz sentir muitas tonteiras, o que dificulta ficar em pé por muito tempo, e está com o movimento do braço direito comprometido. "Vou voltar no médico dia 21, só depois desse dia é que vou saber se vou voltar a ter uma vida normal de novo", lamenta.
Os interessados em ajudar a família de Raul e Paloma podem doar fraldas descartáveis tamanho XG, leite em pó, lenço umedecido e pomada para assadura e sabonete pequena Savana. "Alimentos não perecíveis também são bem vindos", acrescenta Vicente Paula, do Corja Urbana MC (abrevição de motoclube). As doações podem ser entregues na sede do motoclube, Rua Flávia Farnese 541, em Bonsucesso, em horário comercial. Contatos com Vicente pelos telefones 96914-9399 ou 2590-3075.