Por karilayn.areias

Neste mês publico aqui reflexões a partir do livro ‘Pés nus sobre a terra sagrada’, coletânea de depoimentos de índios norte-americanos. O que você vai ler a seguir é uma síntese preciosa de um modo de ser e de viver:

“Quando criança eu sabia ser generoso; esqueci esta graça ao me tornar civilizado. Eu vivia a vida natural, quando agora vivo a artificial. Qualquer pedrinha colorida tinha valor para mim, toda árvore era um objeto de reverência.

"O índio americano combinava seu orgulho com uma singular humildade. A arrogância espiritual sempre foi estranha à sua natureza. Jamais pretendeu que o poder do discurso articulado fosse uma prova de superioridade sobre a criação silenciosa.

“O índio acredita profundamente no silêncio — signo de um perfeito equilíbrio. O silêncio é o absoluto repouso ou equilíbrio de corpo, mente e espírito. O homem que preserva sua individualidade está sempre calmo e ao abrigo das tempestades da existência.

“Se lhe perguntam: ‘O que é o silêncio?’, responderá: ‘É o Grande Mistério! O sagrado silêncio é a Sua voz!’ Se lhe perguntam: ‘Quais são os frutos do silêncio?’, responderá: ‘O autocontrole, a verdadeira coragem ou perseverança, a paciência, a dignidade e a reverência. O silêncio é a pedra angular do caráter’.”

Se você puder, ouça “Um índio”, de Caetano Veloso. Um trecho: “Um índio... Mais avançado que a mais avançada das tecnologias”. Caetano previu que o Índio voltaria: “E aquilo que nesse momento se revelará aos povos/ Surpreenderá a todos não por ser exótico/ Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto/ Quando terá sido o óbvio”.

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