Rio - O ministro da defesa, Raul Jungmann, concedeu uma entrevista coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Centro, na tarde deste sábado. Acompanhado do secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, ele comentou o balanço do primeiro dia de operações das Forças Armadas no Rio de Janeiro. O segundo dia da Operação O Rio quer Segurança e Paz, em que as Forças Armadas atuam em conjunto com as polícias do estado, acabou sem presos, apreensões e confronto. A presença dos militares serviu para aumentar a “sensação de segurança” nas vias da cidade.
O ministro revelou que a segunda fase será iniciada em breve e a ação dos militares será menos ostensiva: "As pessoas podem estranhar que o número de militares nas ruas vai diminuir, mas isso será normal". Jungmann também afirma que novas operações serão feitas de maneira integrada e sem aviso prévio. Segundo ele, objetivo é agir com inteligência para "golpear a criminalidade no seu arsenal, no centro de controle e nas suas ações". Ele garantiu que a operação visa ainda combater grupo de milicianos no estado.
De acordo com o Jugnmann, a primeira fase teve como objetivo fazer o reconhecimento das áreas onde o Exército irá atuar. Segundo ele, a etapa foi "satisfatória" e recebeu total "apoio da população". "Foi algo tocante. Peço que isso traga uma união", disse.
General da operação que mobiliza cerca de oito mil homens, Mauro Sinott ressaltou a importância da etapa: "É importante ter esses elementos para estabelecer os laços para planejar operações futuras. Iremos continuar o trabalho para reconhecer o território".
Ao tomar a palavra, o secretário de Segurança, Roberto Sá lamentou não haver um fundo constitucional para a Segurança. Segundo ele, isso afeta diretamente no planejamento e na colocação de policiais nas ruas. O comandante geral da PM, coronel Wolney Dias, garantiu que a operação vai reduzir indicadores criminais.
Aplausos para tropas na rua
Sob aplausos e sinais positivos de motoristas, as tropas federais voltaram a patrulhar as rodovias da Região Metropolitana e a orla da Zona Sul, no segundo dia da Garantia da Lei e da Ordem no Rio. Pela manhã no 22º BPM (Maré), na Linha Vermelha, agentes da Polícia Rodoviária Federal, do Exército, da Marinha e da Força Nacional realizavam trabalho integrado.
Soldados organizaram blitze em diversos pontos do Arco Metropolitano. Perto do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, o policiamento foi feito pela PRF; na divisa de Caxias e Belford Roxo, homens e mulheres do Batalhão de Infantaria Motorizado verificavam a carga de caminhões e paravam carros.E m outro ponto da Linha Vermelha, a ação era do Batalhão de Paraquedistas.
Comboios também podiam ser vistos passando pela Avenida Brasil e a Dutra. Todos os soldados são de batalhões do Rio; posteriormente, homens e mulheres de outros estados podem ser convocados. Em Copacabana, muitos soldados do Exército patrulhavam a orla, chamando a atenção de quem passava pelas calçadas.