Por thiago.antunes

Rio - Os 950 militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica começam a sair da Rocinha nesta sexta-feira, após sete dias de atuação na favela da Zona Sul. A informação foi confirmada nesta quinta-feira pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann.

A presença das Forças Armadas foi solicitada após o governo estadual pedir ajuda por conta dos confrontos armados entre traficantes da quadrilha Amigos dos Amigos. Durante a presença dos militares, até a noite de ontem, não houve confrontos. No entanto, o último dia foi marcado pelo resgate de dois jovens que estavam sendo torturados por traficantes.

De acordo com o Comando Militar do Leste, dois adolescentes de 16 anos foram salvos por Fuzileiros Navais após terem sido torturados por quase 1 hora por traficantes da quadrilha de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem.

Em nota, a Secretaria de Segurança informou que uma das vítimas usava um boné com a inscrição 'Jesus é dono desse lugar'. A frase faz alusão à quadrilha do Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, que aparece em fotos utilizando um cordão de ouro com a inscrição.

A disputa pelo tráfico de drogas local entre entre as quadrilhas de Nem e de Rogério 157 é o motivo dos tiroteios que deixaram moradores reféns na favela. Os autores do crime já foram identificados.

Normalidade

Aos poucos, os serviços na Rocinha vão voltando à normalidade. As escolas da rede municipal de ensino da região estão todas funcionando, segundo informou a secretaria de Educação. O atendimento nos postos de saúde e Unidades de Pronto Atendimento (UPA) também voltou ao normal. Desde esta quinta, equipes que haviam sido transferidas para outras unidades desde a semana passada voltaram a atuar na favela.

Segundo a Secretaria de Saúde, ações extras serão realizadas a partir desta sexta-feira. A Vigilância Sanitária circulará com veículos pela Rocinha para aplicar vacinas contra a raiva em cães e gatos. Além disso, técnicos do órgão ficarão em pontos fixos para emitir a licença sanitária de bares, restaurantes, padarias, salões de beleza, clínicas médicas e dentárias, pet shops e estúdios de piercing e tatuagem.

José Lima voltou a abrir seu bar%2C que funciona 24 horas por dia na localidade da Dioneia%2C na segundaDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

Enquanto as ações das forças de segurança diminuem na favela da Zona Sul, a busca por traficantes ligados a Rogério 157 foi intensificada em outras comunidades do Rio. Nesta quinta-feira, os batalhões de Ações com Cães (BAC), de Operações Especiais (Bope) e de Choque da Polícia Militar vasculharam as favelas Parque União e Nova Holanda, no Complexo da Maré, na Zona Norte.

No Parque União, o Batalhão de Choque prendeu dois suspeitos. Os policiais ainda apreenderam uma pistola calibre 9 mm, munições, 318 kg de maconha, duas granadas caseiras, um kit rajada, um casaco do Exército, uma farda, uma máquina de fabricação de ecstasy, quatro balanças de precisão e outros materiais. Uma fábrica clandestina de bebidas alcoólicas foi desativada.

Na Nova Holanda, os policiais do BAC apreenderam dois fuzis M16, três réplicas de fuzil, uma pistola calibre 45 mm, duas réplicas de pistolas e mais de uma tonelada em drogas, achada com ajuda de um cão farejador. A maior quantidade era de maconha, mas foram encontrados ainda 260 pinos de cocaína, 165 pedras de crack, 65 trouxinhas de haxixe e uma de skank.

Com informações do Estadão Conteúdo

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