Por gabriela.mattos

Rio - Os Batalhões de Operações Policiais Especiais (Bope), de Ações com Cães (BAC), do Choque, o 23º BPM (Leblon) e a Polícia Civil voltaram a fazer, na manhã desta sexta-feira, uma operação na Rocinha. A ação ocorre no dia em que as Forças Armadas deixaram a comunidade. Os 950 militares ficaram uma semana na favela por conta dos confrontos entre traficantes rivais.

Forças Armadas saíram da Rocinha nesta sexta-feiraEstefan Radovicz / Agência O Dia

Até o momento, não houve registros de tiroteios nesta manhã. No entanto, moradores contaram que o clima é de tensão na favela. Na noite desta quinta, duas horas após o anúncio da saída das tropas das Forças Armadas, um suspeito foi morto em uma troca de tiros com policiais do Batalhão de Choque. Wilian Lopes de Oliveira, de 22 anos, foi baleado, chegou a ser levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Rocinha, mas não resistiu.

Forças Armadas colocaram cartazes agradecendo os moradores da RocinhaEstefan Radovicz / Agência O Dia

Com o suspeito, os policiais apreenderam uma pistola Glock, um carregador com 24 munições, R$ 72 e um celular. Já os outros bandidos conseguiram fugir. A ocorrência foi encaminhada para a Delegacia de Homicídios da Capital (DH). Na manhã desta sexta-feira, policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Rocinha prenderam um homem foragido da Justiça do Ceará. De acordo com a corporação, o suspeito foi abordando enquanto dirigia um táxi na região.

Clima era de tensão na Rocinha após a saída das Forças ArmadasEstefan Radovicz / Agência O Dia

Saída dos militares divide opiniões

As opiniões de moradores estão divididas sobre a saída das Forças Armadas. "Os militares poderiam ter ficado por mais tempo. Agora, a sensação de paz acabou. Pode ter certeza, a guerra voltará", disse uma moradora, de 50 anos, do Largo do Boiadeiro.

Já um auxiliar administrativo, que mora na comunidade há 36 anos, afirmou que, com a saída do Exército 'a vida voltará ao normal'. "Eles estavam deixando os moradores apreensivos. Tínhamos medo deles entrarem em nossas casas, revirarem tudo como se fôssemos bandidos. Agora, acho que a vida vai voltar ao normal. Vamos seguindo a vida", contou.


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