Rio - O Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, na Zona Oeste, está recrutando voluntários com habilidades para confeccionar polvos de crochê para os bebês prematuros da UTI neonatal da unidade. Muito além de um brinquedinho, os polvos de crochê transmitem calma e proteção aos recém-nascidos, já que os tentáculos remetem ao cordão umbilical e causam a sensação de segurança similar à do útero materno. Além de dar mais aconchego ao recém-nascido, os polvos de crochê ainda acabam impedindo que os bebês puxem os fios e as sondas. Também ajudam no posicionamento do neném na incubadora, funcionando de maneira semelhante aos rolinhos de posição.
"É um projeto de humanização. Com esse carinho, o bebê fica menos agitado, contém seu gasto de energia e tem um ganho corporal melhor. A mãe também fica mais calma e produz mais leite", explicou a coordenadora da UTI Neonatal do Rocha Faria, Angélica Svaiter, pediatra com 27 anos de experiência. No fim da estada do bebê no hospital, ele leva o novo companheiro para casa.
Segundo a médica, o Projeto Octo começou no Rocha Faria há quatro meses. "Era um bebê que nasceu de 27 semanas e com apenas 600 gramas. E esse mimo ajudou muito na recuperação. O bebê, hoje, já está em casa", contou Angélica. A UTI Neonatal do Rocha Faria está com os 20 leitos lotados. A Unidade Intermediária (UI), com capacidade para 10 bebês prematuros também está cheia. A prematuridade, segundo a médica, é quando a criança nasce antes de 37 semanas de gestação.
"Temos um grupo de crocheteiras que, quinzenalmente, fornece os polvos", contou a coordenadora da Neonatal do Rocha Faria, afirmando que a doação de linha de crochê também é bem vinda. Segundo o site do Projeto Octo Brasil, as linhas devem ser 100% algodão, já que o barbante barroco, também usado no crochê, é muito pesado para os prematuros. O Projeto Octo surgiu na Dinamarca, em 2013, e está presente em 15 países, costurando e doando polvos de crochê para bebês prematuros em unidades de tratamento intensivo neonatais.
Quem quiser ajudar, deve entrar em contato com o Centro de Estudos da unidade pelo telefone 2333-6797 - ramal 5091, ou pelo centrodeestudos.hmrf@iabas.org.br.