Rio - Quem usa transporte público na cidade do Rio de Janeiro ou até mesmo pega uma bicicleta para chegar a seu destino já pode avaliar os serviços e as ciclovias por meio do aplicativo para celular MoveCidade, lançado na última semana na cidade. Com linguagem e apresentação simples, o objetivo é verificar como está o funcionamento dos meios de transporte e gerar dados para cobrar melhorias das concessionárias e de governos.
A ferramenta foi criada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), organização não governamental que defende os direitos do consumidor e do cidadão, que lançou o aplicativo em São Paulo no fim de 2016, e em Belo Horizonte, também na última semana.
No MoveCidade, os usuários podem relatar problemas nas linhas de ônibus municipais e intermunicipais, no metrô, no sistema de bicicletas compartilhadas, no trem, nas barcas e no VLT, por exemplo. A ferramenta faz perguntas sobre limpeza, segurança, pontualidade, cortesia do motorista, acessibilidade além de como é o pagamento. O usuário deve dar uma pontuação que varia de uma a cinco estrelinhas, na própria tela do aplicativo.
Passageiros no Rio têm relatado com frequência problemas no pagamento. Os cartões Riocard, o bilhete eletrônico, por exemplo, não passam e às vezes chegam a travar as roletas. “Eu já precisei trocar de ônibus porque a catraca do Riocard travou e mesmo quem faria o pagamento em dinheiro não pode entrar”, contou Keite Coelho, que pega ônibus na Rua Riachuelo, no centro. Ela também reclamou da ausência de cobradores. “A gente vê motoristas dando troco, dirigindo, contando passageiro, é perigoso”, queixou-se.
O passageiro faz uma avaliação geral e cabe ao Idec dar publicidade aos dados. Além das perguntas básicas, pode responder um questionário detalhado, dando notas para o tempo de conexão, velocidade dos veículos e condições das ciclovias. No caso do metrô, trens e das barcas, há pergunta também sobre a facilidade de levar a bicicleta nos vagões e acessibilidade para pessoas com deficiência.
O MoveCidade está disponível para o download pelo Sistema Android e iOS. Com base nos dados coletados, o Idec cria um ranking de linhas, estações e estruturas relacionadas que podem ser comparadas. O coordenador de mobilidade do instituto, Rafael Calabria, explica que a proposta é enviar um relatório anual completo, detalhado, aos prestadores de serviços e autoridades, como forma de reivindicar investimentos em mobilidade. “Esporadicamente, lançaremos outros relatórios temáticos, por exemplo, sobre a visão da mulher no transporte, balanço específico de trem ou de metrô”.
Em São Paulo, conforme Calabria, chama a atenção o fato de mulheres "avaliarem lotação e segurança nos modais bem pior que os homens”.