Por adriano.araujo

Rio - Um casal de turistas da Costa Rica passou por um susto, na manhã desta segunda-feira, após ficar no meio de um tiroteio na Favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul. A comunidade está ocupada por forças especiais da PM após o fim do cerco das Forças Armadas, na última sexta-feira, e desde então ocorreram pelo cinco registro de tiros. 

O casal descia a pé próximo da Rua 1 com um guia turístico, onde os três foram deixados pela empresa responsável pelo passeio, quando começou uma intensa troca de tiros. Eles se abrigaram para se protegerem dos disparos. 

"Só pensava nos meus três filhos. Me joguei no chão, fiquei muito nervosa. Eu só queria sair dali. Nunca vivemos uma coisa tão terrível nas nossas vidas. Vamos voltar para Costa Rica e nunca mais voltaremos ao Brasil", disse Patrícia Maireno, 40 anos, que é dona de casa. 

Turistas da Costa Rica ficaram no meio do fogo cruzado na RocinhaEstefan Radovicz / Agência O Dia

Patrícia e o marido, o cantor Fabian Bonilla, de 43 anos, faziam sua primeira visita ao Brasil e decidiram pela visita à Favela da Rocinha, a maior da América Latina, motivados pela curiosidade. Entretanto a experiência antes de deixar o país amanhã vai marcar suas vidas.

"Não tínhamos noção do que estava acontecendo. Quando chegamos estava aparentemente tranquilo e do nada começou o tiroteio. Ficamos com muito medo e pedimos para chamar o carro para nos tirar dali, mas não tinha como ele chegar", disse Fabian, ainda sem entender o que realmente aconteceu. 

Mesmo com os tiroteios que ocorrem desde a saída dos militares da Rocinha, o guia turístico disse que está agendada a vinda de 20 turistas à favela no período da tarde desta segunda-feira.

"Sou guia aqui há cinco anos e é a segunda vez que vejo um tiroteio assim. Estávamos a pé e nos abrigamos até melhorar. Esses confrontos estão acontecendo nos guetos. Nas ruas principais não há confronto. O que não fazemos é entrar nas vielas da Rocinha", afirmou o guia Sérgio Silva, da Jeep Tour.

?Rocinha volta a ter rotina de tiroteios

?Quatro dias após a saída das Forças Armadas da Favela da Rocinha, em São Conrado, a rotina de tiroteios voltou a fazer parte da comunidade. Somente neste domingo foram registrados três tiroteios entre bandidos e forças especiais da PM. Policiais do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) estão em operação na comunidade e novos tiroteios ocorrem nesta manhã. Na madrugada, moradores também relataram tiros, mas a corporação ainda não confirma o confronto.

Na manhã de domingo dois confrontos ocorreram entre policiais do Choque e traficantes, um na Rua 1 e outro na localidade Vila Verde. Ninguém foi preso e não houve feridos ou apreensões. 

No período da noite um novo tiroteio, este envolvendo militares do Batalhão de Ações com Cães (BAC) e criminosos na localidade conhecida como 199. Uma pistola e munições foram apreendidas e o caso registrado na 11ª DP (Rocinha). 

No início da madrugada desta segunda-feira, moradores relataram um novo tiroteio na favela, mas a PM não confirma o confronto. No período, PMs do Choque apreenderam drogas na mata perto na região da Roupa Suja.

Segundo a PM, há mais de 500 policiais militares em 15 pontos de cerco e 14 pontos de contenção no interior da Rocinha, além do patrulhamento das tropas especiais. A favela conta também com bases avançadas do Comando de Operações Especiais (COE) e do Comando de Polícia Pacificadora (CCP).

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