Rio - Durante a visita à Biblioteca Parque da Rocinha, na manhã desta quarta-feira, o prefeito Marcelo Crivella comentou sobre o cancelamento da exposição "Queermuseu — Cartografias da Diferença na Arte Brasileira", que seria realizada no Museu de Arte do Rio (MAR). A exposição também foi vetada no Rio Grande do Sul após protestos de pessoas que consideraram haver imagens que incentivam a pedofilia e a zoofilia.
"Não fui eu que vetei, foi o povo do Rio de Janeiro majoritariamente. Eles não querem exposição. Viram o que o povo fez no Rio Grande do Sul e em São Paulo ? Eles não querem lá e muito menos aqui. Não é censura. As pessoas viram na Internet e não querem essa questão de zoofilia e pedofilia. Eu vi a exposição na Internet", disse Crivella
A secretária municipal de Cultura, Nilcemar Nogueira, contudo, disse que a exposição não foi cancelada por razões ideológicas, mas de segurança. "Estamos vivendo em um momento em que as pessoas estão violentas. Não é só questão de ideologia. Só isso que pesou na determinação, sobretudo a manutenção da integridade do equipamento, das obras já instaladas no MAR e dos funcionários", disse.
Crivella inicia reabertura da Biblioteca Parque da Rocinha
Na visita à Biblioteca Parque da Rocinha, fechada desde dezembro de 2016, o prefeito e a secretária de Cultura subiram a pé ao lado do secretário de estado de Cultura, André Lazaroni. Após alguns minutos de caminhada, Nilcemar pegou carona com um mototaxista.
A reabertura da biblioteca faz parte de uma das ações sociais e de revitalização anunciadas pela prefeitura no último dia 28. Estão previstas ainda reforças de quadras esportivas, de calçadas, além de instalação de postos de licenciamento sanitário.
"A biblioteca será reaberta em 20 dias. Estamos investindo mais de R$ 1 milhão no espaço. Vale ressaltar que a reabertura é importante, pois queremos valorizar esse momento de paz", afirmou.
Exército na Rocinha
Crivella lembrou também da saída das Forças Armadas da Rocinha. Os militares reforçaram a segurança por uma semana após a invasão de traficantes rivais. "É uma pena que o Exército não pode ficar conosco. Fica o apelo para que eles estejam atentos. Se precisar, que eles voltem logo. Hoje não tem necessidade, mas se o crime organizado tentar entrar na Rocinha, o Exército tem que voltar no mesmo dia", afirmou.