Por thiago.antunes

Rio - Acabou o amor. A Câmara Municipal prepara um movimento contra Marcelo Crivella (PRB). Motivo: o prefeito ainda não cumpriu os acordos que o fizeram obter maioria na votação que definiu o reajuste do IPTU há 30 dias — trocas de comando em secretarias, subsecretarias e Regiões Administrativas.

Mais que a demora, vereadores estão irritados com a ameaça de Crivella de rever algumas das nomeações que prometera. Insatisfeitos o apelidaram de 'Prefeito Michael Jackson', porque "só anda para trás". Até então aliado do governo, o presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB), já articula a construção de um bloco de oposição. Ontem, conseguiu derrubar votação das comissões da Casa que dariam parecer à liberação de empréstimo de R$ 200 milhões à prefeitura. Não houve quórum.

Um dos motivos

Crivella prometera ao deputado Jorge Felippe Neto (DEM), neto de quem o nome sugere, o comando da Secretaria de Conservação e Meio Ambiente. E agora cogita voltar atrás. Daí vem boa parte da raiva do avô.

Presidente fala

Procurado, Jorge Felippe nega ser o cabeça do movimento anti-Crivella na Câmara: "Há uma insatisfação, mas não tem nada a ver com o presidente. Sou apenas um dos insatisfeitos. Fui avalista de vários compromissos que não foram cumpridos. As pessoas me cobram". Também nega que tenha articulado a derrubada da sessão de ontem e que o bloco que costura seja de oposição: "É de independência". Então tá.

Passado e presente

Um experiente vereador brinca: "Crivella tinha que dar graças a Deus que o Jorge Felippe só está pedindo o que foi acordado. Tinha que ver o que ele exigia quando o Eduardo Paes era prefeito. E olha que a base do Paes era sólida."

A cruz e a espada

Seja qual for o desfecho, o líder do governo, Paulo Messina (Pros), sairá enfraquecido. Se não cumprir os acordos, o prefeito tira moral de seu líder para futuras votações. Caso faça o combinado, o crédito será dado à articulação de Jorge Felippe.

De malas prontas

Crivella viajará quarta-feira para o exterior.

'O ponto da virada'

O governador Pezão (PMDB) enviou ofício às secretarias estaduais estipulando o que chama de "o ponto da virada". Quer que cada pasta apresente um ou dois programas que gerem visibilidade na mídia. Pretende aproveitar a verba do pacto de recuperação fiscal para montar uma agenda positiva na reta final de seu mandato. As medidas só serão anunciadas após quitadas as pendências com o funcionalismo.

De olho em 2018

A ideia é tentar melhorar a imagem do Palácio Guanabara, tão desgastada por conta da crise financeira e dos casos revelados pela Lava Jato. E, é claro, preparar o terreno para Eduardo Paes (PMDB) em 2018, que sonha com o governo.

Fator nacional

Apesar da boa relação de Paes com Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, o PDT não fará aliança com o PMDB em 2018. É que a campanha de Ciro Gomes (PDT) à Presidência da República será toda montada em críticas ao PMDB.

Política internacional

Diretor do Centro Cultural de Justiça Federal, o desembargador Reis Friede fala hoje sobre o papel do Brasil na crise da Coreia do Sul. É às 9h no CCJF.

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