Rio - Renata Fernandes Cirne, de 19 anos, que foi presa por participação no procedimento estético que causou a morte, neste sábado, da bancária Lilian Quézia Calixto Peixoto, de 46 anos, foi transferida da 16ªDP (Barra da Tijuca) para o presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, nesta terça-feira.
De acordo com as informações da Polícia Civil, após a negativa de prisão pela Justiça, o Plantão Judiciário autorizou a prisão temporária durante 30 dias por homicídio doloso por dolo eventual, quando não há intenção de matar, após a apresentação de novas provas pela polícia.
Segundo a Polícia Civil, Renata se passava por técnica de enfermagem, profissão na qual ela não tinha registro de formação. Ela ajudava Denis Cesar, mais conhecido como Doutor Bumbum, em seus procedimentos, junto com Maria de Fátima Barros, mãe de Denis. O último procedimento realizado pelo trio causou a morte da bancária. Denis e Maria de Fátima, que teve seu registro médico cassado em 2015, estão foragidos. Uma funcionária da casa, apontada pela Polícia como a pessoa que cedeu o nome para a "clínica fictícia" e que também se passava por enfermeira, teve o pedido de prisão negado pela Justiça.
Renata alega que desde o início Denis falava que os procedimentos eram ambulatoriais e que não precisava de salas de cirurgia. “Estou surpresa, como todo mundo. Eu não sabia que era uma prática irregular. Eu só obedecia ordens dele, marcava consulta e ligava para as pacientes”, disse. “Ele dizia que era tudo registrado, que estava tudo certo. Eu não sou da área de saúde, não tenho formação acadêmica de técnica de enfermagem. Eu só era a secretária”, finalizou.
Entretanto, a delegada Adriana Belem, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), que investiga o crime, disse que a namorada do médico tinha plena consciência do que era feito. Ela chegou a iniciar um curso de técnica em enfermagem em São Paulo, mas abandonou após um mês. A prisão temporária foi pedida por homicídio qualificado e associação criminosa.
Renata alega que usava a roupa de técnica em enfermagem porque Denis dizia "que a área tinha que estar esterilizada." Ela disse que foi abandonada pelo companheiro, com quem morava em Brasília, e que era comum o procedimento estético ser feito em apartamento que fica na cobertura do condomínio Santa Mônica, na Barra da Tijuca.
Era comum ele fazer o procedimento na cobertura. Eu não tive participação nesse procedimento, apenas marquei". A polícia diz que é mentira e que ela participou sim.