Pouco movimento ontem na cidade. Hoje, vereadores devem se reunir para que vice assuma o Executivo - Armando Paiva
Pouco movimento ontem na cidade. Hoje, vereadores devem se reunir para que vice assuma o ExecutivoArmando Paiva
Por Aline Cavalcante

Rio - O clima neste domingo em Japeri, a cidade sem prefeito, era de apreensão. Na sexta-feira, o prefeito Carlos Moraes foi preso por suspeita de associação com o tráfico, em uma operação conjunta do Ministério Público estadual e a Divisão de Homicídios da Baixada. No sábado, o Portal dos Procurados divulgou um cartaz com recompensa de R$ 2 mil por informações sobre o paradeiro de Wesley George Oliveira, o Miga. O presidente da Câmara dos Vereadores está sendo procurado por fraudar licitações e desviar dinheiro público em favor de traficantes.

Os vereadores de Japeri devem se reunir nesta segunda-feira, em uma sessão extraordinária, para que o vice-prefeito Cesar Mello (PSB) assuma o Executivo. Nas ruas pouco movimentadas, há apenas dúvidas sobre o futuro. "Foi uma decepção. Estamos chocados. Não sabemos como vão ficar as coisas aqui", lamenta Maria de Souza, de 56 anos.

A população teme pela segurança no município, considerado o sexto mais violento do Brasil de acordo com o 'Atlas da Violência 2018'. A denúncia do MP contém escutas telefônicas de conversas do prefeito com Breno da Silva de Souza, o BR, que seria chefe do tráfico na região. Segundo a investigação, Moraes e Miga  integravam o núcleo político da organização criminosa que pertence à facção Amigos dos Amigos (ADA). Eles usavam os cargos públicos para agir em favor dos traficantes, repassando informações privilegiadas para que o tráfico agisse livremente.

A polícia também prendeu Jenifer Aparecida Kaiser de Matos, denunciada pelo Ministério Público como o elo entre o núcleo político e os traficantes, e o vereador Cláudio José da Silva, conhecido como Cacau. Outros 37 suspeitos foram denunciados na mesma ação. Quem tiver qualquer informação sobre a localização do vereador Wesley George de Oliveira pode denunciar pelo Portal dos Procurados (98849-6099) ou pelo Disque Denúncia (2253-1177).

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