Mariana praticava ilegalmente a profissão. Ela não tinha registro profissional ou formação e mesmo assim realizava os procedimentos e prescrevia medicamentos  - Divulgação
Mariana praticava ilegalmente a profissão. Ela não tinha registro profissional ou formação e mesmo assim realizava os procedimentos e prescrevia medicamentos Divulgação
Por O Dia

Rio - Uma mulher, que realizava procedimentos clandestinos de implante de silicone industrial, foi presa, na manhã desta segunda-feira, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Mariana Batista de Miranda teve prisão preventiva decretada após uma investigação dos policiais civis da 55ª DP (Queimados) junto com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Ela é acusada da morte de uma paciente após um procedimento estético. Os agentes também cumpriram um mandado de busca e apreensão em sua casa. 

Mariana, que era estudante de um curso técnico de enfermagem, realizava diversos procedimentos clandestinos de bioplastia, utilizado para realizar preenchimento e remodelar partes do corpo, além de não possuir habilitação profissional para realizar as intervenções. Ela foi denunciada pelo MPRJ após a morte de Fátima Santos de Oliveira, que realizou a aplicação de silicone industrial nas nádegas no dia 16 de março deste ano.

Segundo informações do delegado Vinícius Domingos, da 55ª DP (Queimados), os procedimentos eram feitos nas casas das clientes. Mariana ainda recebia a ajuda de outras duas mulheres, que também não tinham nenhum tipo formação na área de saúde. 

Fátima conheceu a prática irregular serviço através de um anúncio no Facebook, compartilhado por uma amiga em comum. O procedimento foi combinado em fevereiro pelo WhatsApp e a primeira aplicação foi de meio litro de metacril (polimetilmetacrilato) nas nádegas, de acordo com Domingos.

Ainda de acordo com as investigações, Fátima ficou insatisfeita com o resultado e insistiu para realizar uma nova aplicação, dessa vez de um litro em cada nádega. Segundo as informações, a acusada ficou receosa porque deveria ter um intervalo mínimo entre os procedimentos. No entanto, a falsa médica acabou aceitando e em 16 de março de 2016 a aplicação foi realizada, conseguindo injetar apenas 400 ml do produto. 

A partir daí, Fátima passou a relatar dores e febre. Com medo de tornar o caso público, Mariana não recomendou a busca por uma unidade de saúde e começou a receitar medicamentos para dor, antialérgicos e anti-inflamatórios. A vítima procurou o Hospital Federal do Andaraí por conta própria, onde já deu entrada com um quadro grave e acabou não resistindo. O laudo de necropsia aponta uma infecção generalizada provocada pelo metacril como a causa da morte. 

A polícia ainda descobriu que Mariana usava nomes falsos, o que dificultou sua identificação. Além disso, a vítima se apresentou como Carol quando realizou a contratação do serviço. A polícia acredita que Fátima sabia que se tratava de um procedimento clandestino e tentou se preservar. 

De acordo com o Ministério Público fluminense, Mariana assumiu o risco de matar ao realizar a aplicação da substância, já que não possuía formação biomédica e, portanto, não tinha conhecimento técnico para a função. Segundo a denúncia, Mariana exerceu ilegalmente a profissão de médica entre, ao menos, o fim de 2017 e março de 2018. Ela não possuía registro profissional ou formação, mas mesmo assim realizava a aplicação de silicone industrial em diversas pessoas. A falsa médica foi denunciada por homicídio doloso e exercício ilegal da medicina. 

 

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