Vitor Ferreira de Carvalho foi preso em casa, em Niterói, pelo crime de extorsão - Reprodução/ TV Globo
Vitor Ferreira de Carvalho foi preso em casa, em Niterói, pelo crime de extorsãoReprodução/ TV Globo
Por Beatriz Perez
Rio - A polícia prendeu nesta quinta-feira um homem que extorquiu pelo menos 200 vítimas nos últimos três meses em diversas regiões do Rio. A prisão foi feita por agentes da 18ª DP (Praça da Bandeira) com apoio da 44ª DP (Inhaúma). O mandado de prisão preventiva foi cumprido na casa de Vitor Ferreira de Carvalho, 39 anos, em Piratininga, Niterói, Região Metropolitana do Rio. 
As investigações duraram cerca de três meses, quando um rapaz foi à 18ªDP (Praça da Bandeira) registrar que estava recebendo telefonemas de Vitor, que se identificava como Arnaldo, e dizia ser agiota. O criminoso ligava para as vítimas para cobrar supostas dívida e fazia ameaças de morte, inclusive a familiares e vizinhos.
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Ouça abaixo o tom agressivo das ameaças (Atenção, linguagem violenta e palavrões):

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Apenas na 18ª DP foram 60 registros desta ocorrência. Na 44 ª foram 100. O delegado Roberto Ramos (18ª DP) afirma que muitas vítimas não fizeram o registro, com medo das ameaças. Segundo a polícia, Vitor usava pelo menos quatro contas bancárias nas extorsões. Em uma delas, movimentou R$ 200 mil em seis meses.
"As vítimas eram preferencialmente pessoas vulneráveis economicamente, que já recorreram à agiotagem no passado. Vitor é remanescente de uma quadrilha que teve escritórios fechados em 2014. Ele pegava informações neste banco de dados", explica Ramos. 
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O criminoso recolhia dados e assim aterrorizava as vítimas. Ele dizia que tinha a seu lado bicheiros, milicianos e até policiais, quando a pessoa dizia que iria à delegacia. O homem ameaçava as pessoas dizendo que milicianos iriam na casa devedora cortar a cabeça de todos que lá morassem.
O delegado diz que serviços de proteção ao crédito também eram usados para fornecer informações pessoais aos criminosos.
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Roberto Ramos recomenda que, em casos como este, as vítimas digam que não pagarão a extorsão e registrem ocorrência. "Quem for vítima não deve deixar de ir à delegacia, mesmo que já tenha se passado tempo. Porque será mais uma responsabilidade criminal a ser imputada ao extorsor", ressalta.
Crime praticado da casa da mãe 
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Os policiais prenderam Vitor em sua casa e apreenderam cartões bancários na casa de sua mãe, de onde praticava os crimes. A mulher, que também mora em Piratininga, permitiu a entrada dos agentes e contou que não sabia da atividade criminosa do filho. "Ela saía para trabalhar todos os dias. Ele dizia a ela que trabalhava com cobranças há dez anos", diz o delegado. 
Durante ações de campo, os agentes da 18ª DP e da 44ª DP passaram a agir em cooperação.
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"Fizemos várias ações, desde interceptações, trabalho em banco, identificamos o carro usado para ir às agências bancárias, até localizarmos a casa dele", explica Ramos.
A polícia acredita que o criminoso não agia sozinho. "Tem gente que emprestava a conta bancária para o crime. Já identificamos uma mulher que atuava como comparsa. Estamos investigando para responsabilizar todos os envolvidos", diz o delegado.