Hospital Federal do Andaraí - Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
Hospital Federal do AndaraíDaniel Castelo Branco / Agência O Dia
Por O Dia
Rio - A qualidade do serviço nos hospitais do Rio de Janeiro sempre foi um dos muitos problemas enfrentados pelos cariocas, ainda mais durante a pandemia de covid-19, que causou uma grande lotação nas unidades de saúde e pôs à prova a capacidade dos médicos. Quem sofre com esse problema de atendimento é a estudante Laila de Paula de Jesus Ferreira, de 23 anos, internada há 50 dias no Hospital Federal do Andaraí, na Zona Norte da cidade. Ela rompeu o fêmur da perna direita ainda em 2019, fez uma cirurgia, mas acabou quebrando, neste ano, uma placa colocada no osso, e está até hoje esperando uma operação.
"Então, em setembro do ano passado, eu sofri um acidente de moto e fui levada para o Hospital Getúlio Vargas. Lá, coloquei uma placa no fêmur e fui fazendo o acompanhamento médico, mas, em fevereiro, eles pararam de me atender por conta da pandemia. Tive que procurar o Hospital Federal do Andaraí e acabei me internando nele por uma semana, para poder realizar a cirurgia e me recuperar. Mas quando eu estava na porta do centro cirúrgico, a equipe médica me avisou que o equipamento veio errado, e que precisavam pedir o certo para me operarem", explicou Laila.
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"Aí, depois de um tempo, me falaram que a empresa fornecedora não tinha os aparelhos corretos e disseram que iam tentar arrumar ou fazer a minha transferência para outra unidade hospitalar. E isso já faz quase dois meses, um completo absurdo na situação em que me encontro. Além disso, nesses 50 dias em que estou aqui, já troquei de andar e de leito pelo menos quatro vezes, em função do fechamento da ala de ortopedia, que encerrou as atividades por conta da covid-19", completou.
A estudante ainda conta os problemas que teve de enfrentar enquanto espera por uma operação. Segundo ela, a demora em se conseguir uma cirurgia tem causado até a formação de machucados em partes do seu corpo, em função de estar há um grande tempo sem se mexer.
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"Como eu estou com a perna quebrada, só posso ficar sentada ou deitada na mesma posição, o que tem resultado na formação de várias feridas nas minhas nádegas. Então, resumindo, eu continuo sem nenhuma previsão de quando será minha cirurgia e fico aqui, deixada ao vento e encostada em um canto do hospital, esperando alguém resolver o meu problema, o que nunca acontece", desabafou Laila.