Edital de concessão da Cedae foi publicado nesta terça-feira - Tomaz Silva / Agência Brasil
Edital de concessão da Cedae foi publicado nesta terça-feiraTomaz Silva / Agência Brasil
Por O Dia
Rio - O presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Edes Fernandes de Oliveira, anunciou que o motor da elevatória do Lameirão já foi testado na fábrica e chegará ao Rio na próxima sexta-feira (18). Segundo ele, o abastecimento à população será normalizado até o dia 23 de dezembro. O anúncio foi feito durante audiência pública virtual da Comissão de Saneamento Ambiental da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), nesta terça-feira.
"A atual gestão da Cedae está atuando de forma muito eficiente para resolver um problema deixado por gestões anteriores. Defendemos que a Cedae continue pública. Somos contrários à privatização e vamos continuar nessa defesa. A companhia tem que ser gerida pelos cedaeanos, que têm competência para isso", defendeu o presidente do colegiado, deputado Gustavo Schmidt (PSL).
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Edes ressaltou ainda que o sistema da elevatória do Lameirão opera desde 1965 e nunca apresentou problemas como o atual. O presidente destacou que já organizou turnos de trabalho de 24 horas a partir da chegada do motor, no dia 18 de dezembro, para que o sistema volte a operar com 100% da capacidade até o dia 23 de dezembro. "Se os prazos contratuais de reparo fossem respeitados, não estaríamos enfrentando essa situação. Estamos aprovando a compra de um motor grande e um pequeno, além de bombas para reserva e não instaladas. Queremos ter, além dos conjuntos instalados operando, os conjuntos reserva para aumentar a segurança operacional da elevatória. Também estamos fazendo estudos para modernizar o sistema e fazer a substituição gradual das bombas e painel de controle", afirmou o presidente.
O promotor do Ministério Público José Alexandre Maximino anunciou que o gabinete de crise revelou que o motor da bomba do Lameirão estará reparado até o próximo dia 18 de dezembro e que o prazo de 23 de dezembro, acordado com o MP, deve ser cumprido. "Sentimos muita confiança na atual gestão da Cedae, o que nos permitiu fazer um acordo. O termo de compromisso que firmamos também prevê o aumento da frota de carro-pipa para abastecimento da população em 70%, a fim de que as manobras de abastecimento sejam feitas de forma clara. Também foi acordado que a população não pague pelo serviço que não está sendo prestado", esclareceu.
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A vice-presidente da comissão, deputada Lucinha (PSDB), afirmou que o problema da falta d'água é reflexo de falta de gestão e de investimentos e manutenção na companhia. "Já tivemos que beber água com mau cheiro e agora a população está sem abastecimento. Parece uma ação orquestrada para a privatização da Cedae, e eu sou radicalmente contra. O que precisa ser feito é investir os lucros da Cedae na própria empresa. Hoje os recursos entram no caixa único do Estado e não são investidos na manutenção da própria empresa", destacou a parlamentar.
Falta de água começou em novembro
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Milhares de moradores da cidade do Rio e de Nilópolis começaram a reclamar, a partir do dia 14 de novembro, de falta de água por conta de um reparo realizado pela Cedae. A companhia fez uma manutenção em um dos motores da Elevatória do Lameirão, conjunto de aparelhos responsável pelo abastecimento dos municípios.
Em alguns locais onde a distribuição de água foi afetada, houve relatos de cor escura e cheiro ruim no líquido vindo pelas torneiras. A Cedae já havia informado, na época, que, em decorrência da complexidade do conserto, a situação poderia levar de 20 a 25 dias para se normalizar. A situação se estendeu a vários bairros das zonas Norte, Sul e Oeste, além de São João de Meriti e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
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Localização dos motores dificultam reparo
As bombas ficam localizadas a cerca de 64 metros de profundidade e há maior complexidade para execução, e, por isso, o serviço precisa ser feito de forma gradativa a fim de evitar o comprometimento da estrutura da unidade.
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A elevatória tem a função de bombear água a uma altura de até 120 metros (equivalente a um prédio de 44 andares), criando a pressão necessária para iniciar o processo de distribuição para o Rio e Nilópolis.
Para atender hospitais e outros serviços essenciais, foi montado esquema especial com oferta de carros-pipa durante este período. A Cedae orienta que clientes que possuam sistema de reserva interna (cisterna e/ou caixa d’água) utilizem a água armazenada somente para tarefas essenciais e pede que todos economizem água.
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Concessionária multada por desabastecimento
A Agência Reguladora de Energia e Saneamento (Agenersa) informou que aplicou uma multa no valor aproximado de R$ 1,35 milhão, com base em pareceres técnico e jurídico da agência, na Cedae. A medida acontece em decorrência do problema na bomba da Elevatória do Lameirão, que provocou falta de abastecimento de água em pontos do estado, afetando cerca de um milhão de pessoas.
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Desconto nas próximas contas
Para reduzir os impactos causados ao consumidor, a Cedae anunciou que estrutura uma medida de redução automática das cobranças aos clientes afetados diretamente pela redução no fornecimento de água. A medida será automática, sem necessidade de solicitação por parte do cliente. A redução acontecerá seguindo os seguintes critérios:
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. Imóveis localizados nas áreas diretamente afetadas pela redução no fornecimento de água;
. Imóveis sem hidrômetros;
. Imóveis com hidrômetros e faturados pelo consumo mínimo;
. Todas as categorias de consumo (domicílios, comércios, indústrias, públicos e tarifa social);
Os demais casos serão analisados quanto a possibilidade de revisão de contas, seguindo o procedimento abaixo:
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. Enviar e-mail para revisaodecontalameirao@cedae.com.br;
. Informar nome completo, CPF, número de matrícula e motivo da solicitação;
. Anexar documentação comprobatória (notas fiscais, CPF e outros).