O delegado aposentado Fernando de Moraes  - Divulgação
O delegado aposentado Fernando de Moraes Divulgação
Por O Dia
Rio - Nesta semana, o Banco Central do Brasil iniciou a operação o Pix, sistema 24 horas que permite transações bancárias sem a cobranças de taxas e quase instantâneas. Inovadora, a tecnologia promete mudança nos hábitos de consumo dos brasileiros já que reduzirá a burocracia nos pagamentos, mas há quem veja a facilidade do sistema como um problema. O delegado aposentado e ex-chefe da Divisão Anti-Sequestro (DAS) da Polícia Civil Fernando Moraes viralizou, nesta quarta-feira, após compartilhar um vídeo em que associa a tecnologia a uma possível alta nos crimes de sequestro.


Segundo o ex-delegado, o sistema tornará o correntista uma vítima mais acessível aos criminosos, que poderão realizar transações mais facilmente. "Eu prevejo um exponencial aumento da criminalidade, no que tange, a essa facilidade da transferência bancária. Por quê? Porque quando o bandido descobrir, e eles não são bobos, não são burros. Quando descobrirem na hora da abordagem, na sua residência ou na hora da abordagem, se eles tiverem acesso ao seu celular, eles vão conseguir transferir todo o dinheiro que está na sua conta corrente para a conta deles. Já pararam para perceber isso? Alguém se deu conta que essa facilidade também vai facilitar muito a vida dos marginais", alerta o delegado aposentado no vídeo.  
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O delegado aponta que o ponto de maior fragilidade do novo sistema é o smartphone, já que o equipamento será a ferramenta usada para todas as transferências, pagamentos e demais transações. "A fragilidade está no telefone celular. Isso trouxe uma vulnerabilidade e tornou a nossa transferência muito mais frágil e rápida, não só para o cidadão de bem, mas também para o marginal", aponta. 
Procurado, o Banco Central do Brasil (BCB) garantiu que os receios como o do delegado são "equivocados". O órgão esclarece que "Na situação descrita o Pix funciona de forma similar a TED ou DOC e também a transferências intrabancárias, que atualmente também podem ser feitas pelo celular e hoje não há essa prática disseminada de coação ilícita para transferência de recurso". 
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Ainda segundo o BCB, o Pix possui camadas e mecanismos robustos de segurança que incluem "motores antifraude" operados pelas instituições que ofertam o serviço, que permitem identificar transações atípicas, fora de perfil do usuário (perfil de horário, de valor, de velocidade de autenticação etc.). Há ainda a possibilidade de bloqueio automático das transações suspeitas por até 30 minutos, durante o dia, ou 60 minutos à noite e rejeitando aquelas que não se confirmarem uma transação segura. "Esses motores antifraude também rodam na instituição do recebedor, que poderá bloquear o recebimento de transações em caso de situação que indique fraude", esclarece.
Por fim, o BCB garante que se o fraudador, ainda com todos os mecanismos existentes, conseguir realizar uma fraude, a transação fica "marcada" na base de dados DICT (no BC), e as instituições recebem essa informação "para alimentar os motores antifraude e coibir reincidência".
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"Assim, ainda que um criminoso consiga criar uma conta em nome de laranjas, essa conta logo seria inutilizada se for utilizada para fraudes ou, por outro lado, poderia ser facilmente utilizada pelas autoridades policiais para seguirem o dinheiro até o criminoso", conclui.
O órgão lembra ainda que os saques em espécie, que podem ser feitos em qualquer horário, são mais frágeis que as transações no Pix por não serem rastreáveis.

 

Além disso, o Pix possui camadas e mecanismos robustos de segurança que incluem "motores antifraude" operados pelas instituições que ofertam o serviço, que permitem identificar transações atípicas, fora de perfil do usuário (perfil de horário, de valor, de velocidade de autenticação etc.), bloqueando para análise as transações suspeitas por até 30 minutos, durante o dia, ou 60 minutos à noite e rejeitando aquelas que não se confirmarem uma transação segura. Esses motores antifraude também rodam na instituição do recebedor, que poderá bloquear o recebimento de transações em caso de situação que indique fraude.

 

Por fim, se o fraudador, ainda com todos os mecanismos existentes, conseguiu realizar uma fraude, a transação fica “marcada” na base de dados DICT (no BC), e as instituições recebem essa informação para alimentar os motores antifraude e coibir reincidência. Assim, ainda que um criminoso consiga criar uma conta em nome de laranjas, essa conta logo seria inutilizada se for utilizada para fraudes ou, por outro lado, poderia ser facilmente utilizada pelas autoridades policiais para seguirem o dinheiro até o criminoso.