Hospital Ronaldo Gazola, em Acari, foi uma das unidades que mais recebeu pacientes como coronavírus na cidade do Rio - Paulo Carneiro
Hospital Ronaldo Gazola, em Acari, foi uma das unidades que mais recebeu pacientes como coronavírus na cidade do RioPaulo Carneiro
Por Aline Cavalcante
O Rio de Janeiro registrou somente nesta quarta-feira (18) mais 224 mortes por covid-19 e teve 2.387 novos casos confirmados. Foi o maior índice diário de mortes desde o dia 30 de junho. Apesar dos números alarmantes, a Secretaria Municipal de Saúde disse, nesta quinta-feira (19), que não há fila de espera, e garantiu que há leitos para todos os pacientes inseridos no sistema de regulação. A taxa de ocupação de leitos de UTI no SUS é de 83% e na rede municipal já chega a 97%. 
A pasta afirmou que em toda a rede SUS da Região Metropolitana, que engloba a capital e municípios da Baixada Fluminense, 100 pessoas estão em processo de transferência para leitos de covid-19. Deste total, 48 são para UTI.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio divulgou nesta quinta-feira ainda que são 901 leitos destinados à covid, sendo 271 de UTI. Estão internados 585 pacientes, sendo 265 em UTI.

Já na rede SUS na capital fluminense, que inclui leitos de unidades municipais, estaduais e federais, há 914 pessoas internadas em leitos especializados, sendo 437 em UTI.

A taxa de ocupação de leitos de UTI para covid-19 na rede SUS no município é de 83%. Já a taxa de ocupação nos leitos de enfermaria é de 61%.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que, nas unidades estaduais do Rio, cerca de 27% dos leitos de enfermaria e 57% em leitos de UTI especializados em covid-19 estão ocupados. No total, na rede pública (que inclui a rede municipal, estadual e federal), 131 suspeitos ou confirmados de coronavírus aguardam transferência para leitos de internação, sendo 59 para enfermaria e 72 para UTI.

Segundo a SES, há 352 leitos operacionais de covid-19 disponíveis nas unidades da rede estadual, sendo 191 de enfermaria e 161 de UTI.


Defensoria quer hospital de campanha aberto

Preocupada com uma nova onda de covid-19, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro recorreu para que a Prefeitura do Rio não encerre o funcionamento do hospital de campanha do Riocentro e afirmou que está monitorando de perto a fila de espera para internação no estado e no município.

Em nota, a Defensoria afirmou ainda que "foram expedidos ofícios para as unidades com leitos disponíveis para que sejam integralmente cedidos à regulação conforme determinado pela Resolução SES 2183/2020".
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A Secretaria de Estado de Saúde afirmou que os hospitais de campanha administrados pelo estado já foram desmobilizados e não serão reativados. E que monitora os dados diariamente para que, de acordo com a demanda, intervenções precoces sejam tomadas para esse enfrentamento.

Novos leitos

Com aumento de infecções, a Secretaria Estadual de Saúde anuncia 83 novos leitos para covid. Serão disponibilizados 83 leitos: 42 no Hospital Municipal São José, em Duque de Caxias, 25 no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), 12 no Instituto Nacional de Infectologia (INI), três no Hospital Estadual Carlos Chagas (HECC) e um no Hospital Estadual Anchieta (HEAN).

Outra medida adotada é a ampliação da testagem. A Secretaria Estadual de Saúde do Rio informou ao jornal O DIA que está unificando as informações sobre as unidades municipais aptas a realizar os exames, de forma a ter maior controle sobre a oferta de testes rápidos à população.

"A partir de agora, a Secretaria de Saúde vai nos hospitais checar os leitos, fiscalizar. É a função da secretaria. Desse modo a gente pode conseguir mais leitos. O hospital modular que eu fui visitar essa semana com o pessoal do Ministério Público está pronto para abrir 300 leitos se forem necessários", diz o secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Chaves.