Jovens que já participaram do projeto na comunidade 29 de Março - Cedaps / Divulgação
Jovens que já participaram do projeto na comunidade 29 de MarçoCedaps / Divulgação
Por MH
Rio - Ao longo do mês de dezembro, o Programa Jovens Construtores vai financiar e implementar 52 propostas de jovens moradores em 10 favelas cariocas para o combate, prevenção e efeitos da covid-19 em suas comunidades. As ações vão ocupar o Complexo do Alemão, Morro dos Prazeres, Mangueira, Borel, Providência, Pavuna, Maré, Del Castilho, Cidade de Deus e 29 de Março.
A ideia é que esses jovens atuem como lideranças em suas regiões, reduzindo os impactos da doença a partir de projetos idealizados por eles. A estimativa é de que pelo menos 4 mil pessoas sejam alcançadas por essas iniciativas.
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"É importante manter ativa a rede Jovens Construtores, composta por mais de 450 jovens no Rio de Janeiro, e demonstrar a importância e potência do protagonismo juvenil para a resolução de problemas complexos vividos nas comunidades cariocas", afirma Melissa Abla, coordenadora do programa.
BOREL
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Dentre os projetos que serão implementados está o de Vivian Kristinny, de 25 anos, cria do Morro do Borel, na Tijuca, Zona Norte. A produtora cultural pretende reunir esforços para que a cultura permaneça viva na favela em tempos de pandemia.
"Sem poder fazer shows, realizar slams e saraus, muitos artistas perderam o lugar de se apresentar, divulgar e trabalhar", conta.
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Para isso, seu projeto focará na transmissão de lives de artistas locais, sorteios e parcerias com empreendedores e empreendedoras da região.
"Minha ação é só a pontinha do iceberg em tornar o Borel um espaço ainda maior de cultura. Tem muita potência aqui dentro, mas quero tornar isso mais visível para fora. Precisamos levar a conscientização de que ainda estamos vivenciando uma pandemia, mas do jeito que a gente faz: com barulho e arte", diz.
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ALEMÃO
Outro ponto que agrava a situação da covid-19 nas periferias é a circulação de notícias falsas, como aponta o motorista Rodrigo Henrique, 26, jovem construtor graduado em 2012 e morador do Complexo do Alemão, também na Zona Norte.
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"As fake news matam. A desinformação ou a informação distorcida prejudica ainda mais a comunidade em meio à pandemia. Por isso, quero fazer um debate junto aos jovens e lideranças comunitárias, com intuito de esclarecer essas notícias em relação à covid-19, além de abordar o tema político-racial, a fim de resgatar nossa identidade nas favelas e mostrar a importância de cuidarmos das nossas comunidades", afirma.
PROVIDÊNCIA
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Aliada às medidas de prevenção da doença, também há preocupação com os estudos durante a pandemia. Com este enfoque, o projeto da estudante Maria Isabely, 18, cria do Morro da Providência, no Centro, pretende também distribuir panfletos sobre elaboração de currículos e reforço escolar.
"Estudar em casa exige força de vontade. Quando tem alguém para nos apoiar é mais estimulante. Assim como eu preciso de forças para continuar a estudar, quero que crianças e jovens também recebam esse apoio. Muitas pessoas dizem que esse ano é considerado como perdido, porém precisamos começar do zero e nunca desistir", reforça.
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CIDADE DE DEUS
Quem também vai ajudar a fortalecer essa rede de apoio é a auxiliar de creches Dayana Barbosa, 23, da Cidade de Deus, na Zona Oeste. Formada pelo programa em 2016, a jovem quer focar sua ação para o maior grupo de risco da covid-19.
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"Os idosos precisam de mais atenção na pandemia. Na minha área, muitos vivem em situação precária. Pensando nisso, vou ajudar com produtos de higiene, máscaras e cesta básica. Afinal, hoje estou ajudando e, amanhã, pode ser eu quem precise de ajuda. Solidariedade gera solidariedade", destaca.