A declaração foi dada durante a coletiva que divulgou o balanço final da Operação Lix, realizada nesta sexta-feira (18) em duas comunidades de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ao todo 17 pessoas foram presas e um suspeito foi morto durante confronto.
Segundo investigações da Polícia Civil, traficantes das favelas do Lixão e Vila Ideal estavam usando creches e escolas para comercializar drogas. Por conta da pandemia da Covid-19, todas permaneciam sem a presença dos alunos.
"É uma questão que precisa ser rediscutida, porque a polícia sequer pode estacionar próxima desses estabelecimentos de ensino. Mas os traficantes, por sua vez, estão se utilizando desses locais justamente para vender drogas e esconder suas armas ou até mesmo buscarem abrigo", explica o delegado.
A operação de hoje foi para desestabilizar uma quadrilha de traficantes que atuam naquela região. Além da venda de drogas, a polícia identificou que o grupo praticava roubos de carga, carros e coletivos.
Os envolvidos devem responder pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, roubo majorado, porte ilegal de armas. Caso sejam condenados, podem pegar penas de até 30 anos de prisão.
CHEFE DAVA ORDENS DE DENTRO DA CADEIA
Entre os alvos da operação de hoje estava o traficante Charles Silva Batista, conhecido Charles do Lixão e Charles da Vila Ideal. Ele é apontado como líder da quadrilha.
Mesmo de dentro da cadeia, era ele quem dava as ordens nas comunidades. Segundo investigações, foi ele quem escolheu o sucessor de seu filho, Charles Jackson Neres Batista, conhecido como Charlinho, morto em um confronto em março do ano passado.
Ainda segundo a polícia, o traficante aparece em escutas telefônicas autorizando uma aliança entre traficantes e ladrões de cargas. É dele também que parte a permissão par invasão das escolas e creches.