Alunos da Escola Municipal Especial Marly Fróes serão transferidos para outro local
Alunos da Escola Municipal Especial Marly Fróes serão transferidos para outro localArquivo pessoal
Por O Dia
Pais de cerca de 40 alunos especiais da Escola Municipal Marly Fróes, no Jardim Botânico, vivem dias de preocupação e incerteza. Há anos na luta por um local próprio, eles foram pegos de surpresa na última semana: descobriram que o espaço onde ficava a escola, na ABBR, não seria mais utilizado porque o contrato não foi renovado com a Prefeitura do Rio. E, somente após desabafarem nas redes sociais, foram informados do novo endereço. E não ficaram satisfeitos.
Nesta segunda-feira deve acontecer uma reunião com os representantes dos pais para informar o projeto para a transferência para a Escola Municipal Camilo Castelo Branco, também no Jardim Botânico. Entretanto, a mudança gera mais incertezas.
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"É uma briga longa, estamos há 13 anos tentando um espaço só nosso. Acreditamos que essa nova escola não é adequada, com alunos do estado e do município, sem banheiros adaptados, sem rampa de acesso", afirma Anna Franca, mãe do aluno Rodrigo, que tem 30 anos é cego e autista.
Ela é uma das representantes dos pais, que tentam uma solução definitiva para os filhos cadeirantes, cegos, autistas ou com paralisia. Estiveram perto em 2019, quando, segundo Anna, a Prefeitura prometeu um local próprio na Rua Corcovado, também no Jardim Botânico. Um projeto chegou a ser apresentado para adaptação do espaço Sol Artesanato, mas as obras previstas para o início de 2020 não aconteceram.
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"Foi prometido um projeto, mas as obras de adaptação neste ano não começaram, alegaram que foi por causa da pandemia. E não sei por que perdemos depois", diz Anna.
Alunos da Escola Municipal Especial Marly Fróes serão transferidos para outro local - Arquivo pessoal
Alunos da Escola Municipal Especial Marly Fróes serão transferidos para outro localArquivo pessoal
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Apesar dos anos na ABBR, o espaço não agradava por ser pequeno e impedir algumas atividades com mais barulho, como educação física ou música. Mesmo assim, o fim do contrato pegou todos de surpresa. Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (SME) afirmou que a ABBR "não aceitou acordo para a permanência nos espaços e aumentou o preço do aluguel, o que inviabilizou a continuidade no local".
A SME também relatou que a decisão foi "tomada em conjunto com a participação da direção das duas unidades, de representantes da SME e da 2ª Coordenadoria Regional de Educação". E confirmou que a nova escola precisará de obras de adaptação "para ampliar a mobilidade dos alunos".
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Ainda assim, os pais temem que a história se repita e não haja obras de adaptação, assim como existe a preocupação com o contato com outras crianças. Por isso, seguirão batalhando, junto à nova administração que assume em janeiro, por um novo local, apenas para a Escola Municipal Marly Fróes.
"A gente quer espaço próprio. Tem muitos autistas que não aguentam barulho e não sei como será na hora do recreio com outras crianças brincando. As mães têm que ficar no local também, para ajudar caso necessário. Teremos um lugar para esperar? Não sabemos o que vem por aí. Será que seremos bem acolhidos?", completa Anna.
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Por enquanto, em função da pandemia, os alunos fazem atividades em casa e não há previsão de retorno às aulas presenciais em 2021.