Rio de Janeiro 27/01/2021 - A cidade do Rio começa nova fase de vacinação contra o Covid 19. O publico alvo da campanha de vacinação os profissionais de saúde acima de 60 anos. Foto: Luciano Belford/Agencia O Dia
Rio de Janeiro 27/01/2021 - A cidade do Rio começa nova fase de vacinação contra o Covid 19. O publico alvo da campanha de vacinação os profissionais de saúde acima de 60 anos. Foto: Luciano Belford/Agencia O DiaLuciano Belford/Agencia O Dia
Por Bernardo Costa
Rio - Até o momento, nenhum caso de efeito adverso moderado ou grave relacionado à vacinação contra o novo coronavírus foi confirmado no Estado do Rio. A informação é de Alexandre Chieppe, médico da Subsecretaria de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Há apenas um caso em análise junto ao governo federal. Até sexta-feira, o número de imunizados no Estado do Rio era de 169.368 pessoas, que receberam doses das vacinas CoronaVac e AstraZeneca/Oxford. No município, foram 115 queixas de um total de 83.245 vacinados: todas relacionadas a casos leves. 
"De uma forma geral, o que estamos vendo é que as vacinas têm se mostrado muito seguras, tanto a CoronaVac quanto a de Oxford", diz o médico.

Segundo Chieppe, o caso em análise é de um imunizado que teria apresentado síndrome neurológica a esclarecer. Os dados foram remetidos ao Ministério da Saúde e, segundo Chieppe, ainda não há um prazo para a confirmação se existe relação com a vacina.

"A partir das notificações das secretarias municipais de saúde, o comitê estadual sistematiza essas informações, inclusive o prontuário médico e, se achar que tem relação com vacina, mesmo que mínima, envia os dados para o Ministério da Saúde, que faz a análise junto ao laboratório produtor da vacina para que seja feita um estudo mais amplo e detalhado", explica Chieppe.

De acordo com o médico, o comitê analisa possíveis efeitos adversos nos vacinados até 30 dias após a aplicação do imunizante. Dentre os casos leves verificados até o momento, estão: dor local, inchaços, vermelhidão no ponto da aplicação e febre leve até 48 horas após a injeção:

"São eventos que geralmente não causam complicação nenhuma".

O Grupo Técnico de Investigação de Eventos Adversos Pós-vacinais para Covid-19 foi criado no dia 14 de janeiro e envolve profissionais da vigilância sanitária, da vigilância epidemiológica, da comissão de controle de infecção hospitalar e da comissão de controle de óbitos da SES.

Além de recebe as notificações das secretarias municipais de saúde, o grupo também realiza busca ativa de informações para tentar identificar possíveis casos de efeitos adversos que não tenham sido notificados pelas cidades:

"Essa busca é feita na internet, em redes sociais, e também em denúncias por ouvidorias. Qualquer relato sobre possível efeito adverso é avaliado para saber se há pertinência".

Alexandre Chieppe explica que a orientação para o cidadão que receber a vacina e sentir qualquer efeito inesperado é procurar o posto de vacinação onde recebeu a dose, que deve encaminhar as informações às secretarias municipais de saúde. Caso a pessoa seja vacinada em unidade volante ou domiciliar, deve procurar o posto de saúde mais próximo.

PREFEITURA: 0,13% DE ÍNDICE DE QUEIXAS PÓS-VACINA

Coordenadora do programa de imunização da Secretaria municipal de Saúde do Rio (SMS), Nadja Greffe explica que, até o momento, foram feitas 115 notificações de possíveis eventos adversos na cidade do Rio: todas já foram verificadas e não há nenhum efeito grave relacionado à vacinação. Considerando o total de 83.245 vacinados no município, a porcentagem de queixas corresponde a 0,13% dos vacinados. 

"As queixas têm sido quase ausentes, e todas elas já foram sanadas. O que temos percebido é que são casos leves e a maioria deles está relacionado a situações de ansiedade, como taquicardia. Todos esses fatores estão de acordo com o que os fabricantes das vacinas haviam informado nos estudos clínicos", explica Nadja.

Segundo a profissional, todos os vacinados são orientados a avisar a unidade de vacinação caso haja alguma queixa dentro de 30 dias após a aplicação da dose.

"É aberta uma ficha de notificação, com dados da vacinação, da pessoa, seu histórico e a queixa apresentada. Essa notificação entra num sistema de informação chamado e-SUS Notifica, que também é acessado pelo Governo do Estado e Ministério da Saúde".

Depois, tem início a fase de investigação, que começa na Clínica da Família ou Centro Municipal de Saúde em que a pessoa foi vacinada:

"Vai desde o nível local, com análise e coleta dos dados por médicos e enfermeiros das Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde, que podem fazer algum atendimento médico se for necessário. A partir daí, existe toda uma rede de vigilância composta por especialistas das Divisões de Vigilância em Saúde e da Coordenação de Imunização, que vão avaliar essa ficha, discutir o caso, entender o que aconteceu e classificar, caso a caso, a notificação, se procede ou não".