De acordo com os advogados de Julia Lotufo, Délio Lins e Silva e Délio Lins e Silva Junior, ela teme pela sua vida e de sua filha, e essa é a única razão pela qual ela não se entrega à justiça. A defesa ainda afirmou que até ter a decisão do juiz em relação ao pedido de revogação da prisão não falará sobre a possibilidade dela se entregar.
O pedido está sendo analisado pelo juiz e, segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio, ainda não há decisão em relação ao recurso dos advogados. Contra Júlia, há um mandado de prisão em aberto, expedido pelo juiz Bruno Monteiro Ruliere, da 1ª Vara Criminal Especializada da Comarca da Capital.
Em nota, Délio Lins e Silva e Délio Lins e Silva Junior, afirmam que Julia Lotufo "nunca teve qualquer participação em eventuais condutas ilegais que possam ter sido praticadas por seu falecido marido".
Primeira-dama do crime e guardadora de segredos do miliciano
Enquanto a defesa de Julia Lotufo nega as acusações, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP garante que ela era companheira de Capitão Adriano no amor e no crime. No último dia 22, ela foi um dos alvos da Operação Gárgula, que buscava desarticular a quadrilha que lavava o dinheiro sujo do chefe da milícia de Rio das Pedras.
O DIA teve acesso ao relatório do COAF(Conselho de Controle de Atividades Financeiras) da rede dos bens de Adriano. Os documentos mostraram que duas empresas foram criadas com investimentos dele e que, mesmo sem aparecer como proprietária, Júlia recebia prestações de contas dos funcionários e repassava tudo para o marido.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, a viúva de Adriano sempre soube dos negócios do companheiro no crime e, além de exercer a função de tesoureira da quadrilha, ostentava o dinheiro sujo do miliciano. A gerência dos negócios da quadrilha não a afastava da praia do Recreio dos Bandeirantes e da academia de musculação, onde se deslocava em uma picape Hilux, com motorista particular e segurança.
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