Governador afastado do Rio, Wilson Witzel, foto de Gilvan de Souza / Agencia o Dia
Governador afastado do Rio, Wilson Witzel, foto de Gilvan de Souza / Agencia o Dia Gilvan de Souza
Por O Dia
Rio - A defesa do governador afastado do Rio, Wilson Witzel, quer adiar pela segunda vez o interrogatório no processo de impeachment, marcado até então para esta quarta-feira (7) e quinta-feira (8). Segundo informações obtidas pelo RJTV1, a defesa alega que que não teve acesso a toda delação e manter o interrogatório seria um cerceamento à liberdade de defesa.

No entanto, tanto a defesa de Witzel quanto a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), receberam autorização do presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira, para acessar os depoimentos do processo de impeachment no dia 12 de março. assim como a todas as provas anexadas, incluindo os novos depoimentos das testemunhas Edmar Santos e Edson Torres encaminhados ao TJRJ pelo Superior Tribunal de Justiça.

Suspensão
As sessões do Tribunal Misto estavam suspensas desde o dia 28 de dezembro por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Na ocasião, o ministro atendeu ao pedido da defesa de Wilson Witzel e determinou que o interrogatório do governador afastado só seria possível, depois que os advogados de Witzel tivessem acesso a todos os documentos remetidos pelo Superior do Tribunal de Justiça (STJ) relativos ao governador, o que incluía a delação premiada do ex-secretário Edmar Santos.

Moraes também ordenou que um novo depoimento de Edmar fosse realizado. A defesa de Wilson Witzel pretendia ter acesso ao inteiro teor da delação premiada feita pelo ex-secretário, mas o compartilhamento da prova deferida pelo ministro Benedito Gonçalves, do STJ, diz respeito exclusivamente aos anexos em que o governador é citado. Os trechos da delação que não dizem respeito a ele, devem ficar resguardados.

Na decisão que convoca a retomada das sessões, o desembargador Henrique Figueira informou que a íntegra da colaboração premiada de Edmar Santos foi enviada pelo STJ e juntada ao processo. Ainda segundo o magistrado, foi disponibilizado aos advogados do governador afastado “todos os meios essenciais ao pleno exercício do contraditório e à ampla defesa”.

Na época em que sua denúncia foi recebida pelo ministro Benedito Gonçalves, Wilson Witzel disse, por meio de suas redes sociais, que “tenho as mãos limpas e a consciência tranquila de que ficará comprovada a minha inocência".

Wilson Witzel foi afastado do mandato em 2020 após denúncia de desvio de dinheiro público da área da saúde durante a pandemia.