Familiares de Kathlen Romeu forma homenageados em ato que reuniu representantes de diversas religiões e do movimento negroDivulgação
Durante a solenidade, houve momentos em que alguns familiares ficaram muito abalados, como a mãe de Katlhen, Jaqueline Oliveira, que chegou a pedir um tempo para tentar controlar a dor. Estiveram presentes também o pai, Luciano Gonçalves, seu marido, Marcelo Ramos, sogros e suas duas avós paterna e materna.
Placas foram instaladas durante a memória, responsabilizando a política de segurança do Governo do Estado pela morte da designer de interiores. O marido de Kathlen afirmou que pretende fazer mais atos para honrar a memória de sua esposa e pede justiça.
“Estamos no Lins em mais um ato político-cultural em homenagem a ‘Kathe’, simbolizando agora um mês de falecimento dela. Estamos aqui para mostrar que a nossa luta não acabou e poder homenageá-la, reivindicar mais uma vez por justiça para que os culpados sejam punidos e mostrar que a nossa luta é só o começo. A gente pretende fazer mais atos, mais manifestos, para poder honrar o nome da ‘Kathe’ e tentar de alguma forma melhorar a realidade dos jovens que moram nas favelas do Rio de Janeiro”, afirmou.
Cinco painéis foram feitos em grafite homenageando Kathlen, e fotos suas foram coladas em paredes do Complexo do Lins. O pastor da Igreja Batista Soul, Kleber Lucas, destacou que o ato, além de um pedido de justiça, também é uma ação de solidariedade.
“Em primeiro lugar, este ato está carregado de afeto e solidariedade para a família da Kathlen. É perceptível nos rostos e expressões não apenas dos familiares, mas dos amigos que estão aqui presente, é algo muito forte e esse é o momento de prestarmos solidariedade. Em segundo lugar, este ato marca também a denuncia desse genocídio negro que acontece hoje no Rio de Janeiro e em todo o Brasil. Casos com o da Kathlen não podem ser desconsiderados, apesar da sociedade estar silenciosa diante disso e alguns segmentos religiosos também. Estamos aqui para marcar esse movimento e o nosso posicionamento”, disse.
Com o tom de voz emocionada, Samantha de Oliveira Lopes, tia da jovem designer de interiores, disse que vai lutar para que outros casos semelhantes não aconteçam mais.
O movimento foi liderado pelo Babalawo, professor de história pela UFRJ e interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, Ivanir dos Santos. Ele prestou solidariedade à família e fez um apelo para que as autoridades públicas cumpram com as suas responsabilidades.
“Estamos aqui todos reunidos. Várias lideranças religiosas de diversos segmentos, junto com os familiares de Kathlen e também daqui da comunidade para mostrar a nossa solidariedade à família, os amigos, e lembrar essa grande tragédia que aconteceu aqui na comunidade que ceifou duas vidas, de Kathlen e de seu bebê. E esperamos que as autoridades públicas cumpram com a responsabilidade de chegar aos autores desse crime bárbaro e que eles sejam responsabilizados”, disse.
O ato por Kathlen contou ainda com as presenças do Padre Gegê, da representante da Fê Bahá'í no Rio e arquivista, Marilucia Pinheiro, do mulçumano Adull Karim Taha e a mascote Maria Heloísa, além do pastor da comunidade Gambá, no Lins, Elias Pereira.
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