Agressão provocada pelo atropelamento que a vítima sofreu após uma briga com o seu namorado e policial militar Bruno PaixãoReprodução / TV Globo

Rio - A Polícia Militar emitiu uma nota na manhã deste sábado (31) informando a decisão de ter afastado o policial Bruno Paixão, que foi apontado como agressor por sua companheira. O agente teve a sua arma recolhida e responde a um procedimento apuratório pelo comando do 27° BPM, onde está lotado. De acordo com a vítima, após o episódio de violência ele sumiu.
A Polícia Civil foi procurada pelo DIA para dar mais informações sobre o caso e confirmar se o agente está sendo investigado, se teria sido preso ou não. Em nota, o órgão respondeu: "De acordo com a Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de Campo Grande, as investigações estão em andamento e seguem sob sigilo". 
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A mulher, vítima de violência doméstica, decidiu denunciar Bruno Paixão após ser agredida na última segunda-feira (26). Essa não foi a primeira vez que ela foi violentada. Em fevereiro deste ano ele a teria atropelado e só parou quando “sentiu como se fosse um quebra-molas", segundo a vítima, que compartilhou a foto dos hematomas provocados pelo episódio.

A decisão de tornar o caso público foi feita após os episódios de violência se intensificarem, quando o até então namorado teria quebrado a porta do quarto de seu filho e enforcado a mulher. A vítima chegou a concluir: “hoje ele me mata”. Em seguida, de acordo com a vítima, o policial militar a segurou pelo pescoço e começou as agressões. A mulher fez o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal, constatando as marcas, mas até o momento não registrou um boletim de ocorrência com a denúncia. As informações são do RJ2, da TV Globo.

“A porta do quarto do meu filho que ele arrombou pra tirar a cama quebrou, quando eu vi que ele quebrou tudo no quarto do meu filho e tudo no meu quarto ai eu falei: ‘hoje ele me mata’... Me segurando pelo pescoço, aí começou as agressões, e depois fiz o corpo de delito do IML e foram constatadas as marcas”, afirmou.


Sobre o episódio do atropelamento, em fevereiro, a vítima relembrou: “Eu estava na porta [do carro] e quando eu estava falando, ele não quis mais ouvir e daí ele acelerou, quando eu não aguentei mais segurar na porta, eu caí e ele passou por cima de mim, quando ele sentiu como se fosse um quebra mola, aí ele parou”, contou.

O relacionamento de oito meses marcado por violência e brutalidade fez com que a vítima quase perdesse a vida. Ela foi internada por sete dias na UTI após o atropelamento. Traumatizada com o episódio, a vítima explicou que não fez o registro por orientação do próprio parceiro, que fugiu após o último episódio de violência.

Segundo a vítima, o namorado tem uma arma não registrada e até o momento não há informações se ele estaria preso ou livre. A vítima fez o desabafo: “Acho que a Justiça tem que parar ele, não tem que esperar alguém morrer. Dói muito, em todos os sentidos, você se olhar no espelho e ver que as marcas não vão sair mais do seu corpo, que os traumas que meu filho tem na cabeça também não vai esquecer, nem eu”, diz.