Geral - Linhas de onibus da viaçao Acari estao sendo operadas por outra empresas. Na foto, ponto final da Linha 607, em Cascadura, zona norte do Rio.Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
De acordo com a Fetranspor, com a crescente oscilação do preço do combustível, o óleo diesel passa a ser o principal item no custo de operação das empresas de ônibus, representando agora 31% do total. O percentual é superior aos gastos realizados com salários dos rodoviários (25%) e encargos sociais (11%). Com a alta acumulada, a Federação argumenta que o impacto direto no custo das empresas de transporte é extremamente elevado e deve ser repassado, de forma imediata, para o cálculo da tarifa de transporte.
Para preservar o transporte público, a Fetranspor diz que é “imprescindível” que as autoridades públicas viabilizem uma tarifa social como forma de preservar o transporte coletivo e garantir o acesso dos passageiros ao sistema de ônibus, responsável por mais de 70% dos deslocamentos. A Federação ainda afirma que a alta do diesel neste patamar impossibilita a recuperação do setor de transporte público, que registra prejuízo de mais de mais de R$2 bilhões desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020.
"A crise já custou mais de 20 mil postos de trabalho do setor de transporte e levou à interrupção definitiva das atividades de 16 empresas operadoras, levando outras 13 e mais dois consórcios operacionais a pedidos de recuperação judicial", informou Fetranspor, que fez ainda um apelo para que as autoridades busquem uma solução para a situação do setor.
"Em caráter urgente, a Fetranspor faz um apelo ao governo federal, ao governador do estado e aos prefeitos dos municípios para que, de forma conjunta, busquem uma solução efetiva e permanente para o financiamento do transporte público, encontrando um novo modelo que não seja baseado apenas no passageiro pagante e que possa compensar as altas expressivas e sucessivas dos custos de operação, que podem comprometer a prestação do serviço público e afetar negativamente toda a população, em especial os mais vulneráveis."
Para isso, a pasta vai lançar nos próximos dias, a licitação da bilhetagem digital no transporte público, que dará ao município o controle da arrecadação tarifária e o monitoramento da demanda de passageiros em todas as linhas, por meio dos dados de GPS instalados nos novos validadores. "A utilização de novas tecnologias possibilitará a otimização da rede de transporte", argumenta a pasta.
Ainda segundo a SMTR, está previsto também para o primeiro trimestre do próximo ano, o lançamento do edital de licitação para operação e provisão de frota do BRT, já sob um modelo de concessão mais moderno e que garante maior segurança jurídica e financeira aos parceiros privados. "Não menos importante é a implementação de um novo modelo de remuneração, que apenas poderá ocorrer após a Prefeitura assumir a arrecadação tarifária por meio da bilhetagem eletrônica", completou a nota.
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