Número de pessoas circulando pelas ruas já é o mesmo de antes da pandemia desde julhoReginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - A Fiocruz emitiu, nesta quinta-feira, um boletim em que comemora queda sucessiva no número de casos e óbitos, além de estagnação na ocupação de leitos de UTI Covid-19 em todos os estados do país. A situação, segundo especialistas ouvidos pela fundação, é um reflexo claro do avanço da campanha de imunização em todo país. Contudo, o documento ainda aponta para a necessidade de manter os cuidados como distanciamento, uso de máscara e o uso do álcool gel. 
De acordo com o a Fundação, o país não vem conseguindo atingir bom índice de permanência domiciliar, que está perto de zero, desde meados de julho deste ano. Isso significa dizer que atualmente a circulação atual é a mesma observada antes da pandemia por coronavírus ser decretada. 
"Em primeiro lugar, é importante compreender que essa forma de ausência de distanciamento físico reúne diversas formas de aglomeração, desde o transporte público até atividades de comércio e lazer. Em qualquer dessas situações, há uma exposição prolongada de pessoas em espaços confinados" e com apenas pouco mais de 40% da população com esquema vacina completo, pontuam os pesquisadores ouvidos pela Fiocruz.
No caso da cidade do Rio, segundo Painel Rio Covid-19, que traz os números da campanha de imunização na capital, mais de 73% da população carioca adulta está com o ciclo de vacinação contra o vírus completo. O número fica em 57,7% quando são consideradas todas as faixas etárias.
Apesar dos bons números como os vistos na cidade do Rio, os imunizantes não previnem completamente a infecção ou mesmo a transmissão do vírus. A recomendação é de que, enquanto o país caminha para um patamar ideal de cobertura vacinal, medidas de distanciamento físico, uso de máscaras e higienização das mãos - assim como a adoção do passaporte vacinal - sejam mantidas e que a realização de atividades que representem maior concentração e aglomeração de pessoas só sejam realizadas com comprovante de vacinação.
"Não é prudente e oportuno falar em prazos concretos e datados para o fim da pandemia, e sim em garantir que tomemos as medidas necessárias para que este dia possa se aproximar mais rápido", afirmam os cientistas do Observatório.
Flexibilização no Rio
A cidade do Rio deve atingir nos próximos dias a marca de 80% da população adulta da cidade com o ciclo completo. Com esse cenário, o secretário municipal de saúde, Daniel Soranz, espera retirar a obrigação do uso de máscara já no dia 15 de outubro.  
"Não é agora (a liberação), e é importante que essa comunicação fique bem clara. É quando a gente chegar em 65% da população total da cidade vacinada, e 80% da população adulta", afirmou Soranz, em entrevista ao 'Bom Dia Rio' nesta quarta.
Nesta quinta-feira, a campanha de vacinação é destinada ao reforço das doses para idosos de 73 e 74 anos. Também podem procurar as unidades de saúde quem tem a segunda dose marcada e todos, a partir de 12 anos, que ainda não tomaram a primeira dose do imunizante. 
 
A idosa Maria Madalena Pereira, de 73 anos, foi ao Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão, na Tijuca, para receber a dose de reforço - Fábio Costa/Agência O Dia
A idosa Maria Madalena Pereira, de 73 anos, foi ao Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão, na Tijuca, para receber a dose de reforçoFábio Costa/Agência O Dia
Foi o caso da aposentada Maria Madalena Pereira, de 73 anos, que foi ao Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão, na Tijuca, na Zona Norte do Rio, para receber o reforço da vacina. "É muito importante para nossa segurança. Todos devem tomar essa terceira dose. Salva vidas. Estou muito satisfeita. Torcemos para que todos cooperem", comenta a idosa. 
O idoso Josué de Abreu Filho, 73 anos, também procurou a unidade da Tijuca para receber a terceira dose. "Eu acho fundamental a vacina para todos, a continuação do uso de máscaras e o distanciamento. Acho isso muito importante para o geral", disse.
Trabalhadores da saúde e profissionais da saúde com 60 anos ou mais, pessoas com alto grau de imunossupressão com 12 anos ou mais e pessoas com 60 anos ou mais que tomaram a segunda dose na cidade do Rio até 31 de março, também podem receber a dose de reforço nesta quinta.