No Leblon, a estátua do cantor Cazuza foi reinaugurada após restauraçãoDan Delmiro

Rio - No Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado nesta quarta-feira, ações de prevenção da doença ocorrem na cidade do Rio. A Prefeitura lançou a campanha “Livre é Saber”, de combate ao HIV/Aids, que ocorrerá até o dia 8, no contexto do Dezembro Vermelho, que busca a conscientização sobre a infecção. Na manhã de hoje, testagens em massa foram realizadas no Museu de Arte do Rio (MAR), que recebeu a presença do secretário municipal de Saúde Daniel Soranz, do secretário de Governo e Integridade Pública Marcelo Calero, e do coordenador executivo de Diversidade Sexual Carlos Tufvesson.
No Leblon, a estátua do cantor Cazuza foi reinaugurada após restauração. Durante o encontro, foi colocado o par de óculos que havia sido furtado em outubro deste ano. O reparo foi encomendado pela própria mãe do artista, Lucinha Araújo, que contou com a ajuda da escultora Christina Motta, presente no local na manhã de hoje. Após a morte do filho, em 1990, Lucinha esteve envolvida em campanhas de prevenção e combate à Aids e comandou a Sociedade Viva Cazuza, fechada em outubro de 2020, que prestava assistência social a crianças e jovens soropositivos (infectados pelo vírus HIV).
Ao lado do elenco do musical Cazas de Cazuza, que se apresentou durante a reinauguração, a atriz Julianne Trevisol cantou e prestou homenagem ao artista. Cazuza ficou conhecido como vocalista da banda Barão Vermelho, e, um ano antes de morrer, aos 32 anos, revelou ser soropositivo.
Na Cinelândia, em frente à Câmara de Vereadores, o Grupo Pela Vidda-RJ, primeira organização formada por pessoas com HIV e Aids, fez um ato dedicado à prevenção da doença. Às 18h, a Câmara será iluminada de vermelho, cor que simboliza o movimento. Toda a equipe de voluntários estará com faixas, cartazes e fitas vermelhas na escadaria do legislativo municipal. No domingo, 5, ocorrerá uma ação para conscientização da causa no Parque Madureira, e no dia 17, às 18h, o filme “Carta para além dos muros” será exibido no Hotel Atlântico Prime, no Centro.
Os impactos da doença
Segundo o Boletim Epidemiológico Anual de HIV e Aids do Ministério da Saúde, o país registra, anualmente, uma média de 36,8 mil novos casos da doença. O levantamento também aponta que, entre gestantes, os últimos dez anos marcaram um aumento de 30% nas infecções, sendo a faixa etária dos 20 aos 24 anos a mais atingida.
De acordo com um levantamento realizado pela Secretaria Estadual de Saúde, mais de 60% das pessoas com o vírus HIV desenvolveram a AIDS por não realizarem o tratamento em tempo hábil. No último ano, o estado do Rio de Janeiro teve 1.412 óbitos pela doença. Em entrevista ao Bom Dia Rio, o secretário estadual de Saúde Alexandre Chieppe chamou a atenção para a importância
“O diagnóstico precoce permite também o tratamento precoce. Permite, então, evitar sinais de sintomas da doença, e permite que a pessoa tenha uma vida saudável, sem implicações. Portanto, use camisinha e faça o teste de HIV”, declarou.
A testagem de HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) é disponibilizada pelas clínicas da família e pelos centros municipais de saúde durante todo o ano, e o tratamento é gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).