Max Lemos: 'O estado do Rio está renascendo com credibilidade e contas ajustadas'
Há seis meses à frente da Secretaria de Infraestrutura e Obras, Max Lemos comemora retomada de obras emblemáticas, criação do maior Programa Habitacional da história e investimentos na ordem de R$ 2 bilhões
Há seis meses à frente da Secretaria de Infraestrutura e Obras, Max Lemos comemora
a retomada de obras emblemáticas, a criação do maior Programa Habitacional da história e investimentos na ordem de R$ 2 bilhões - Glauber Carvalho/Divulgação - Seinfra
Há seis meses à frente da Secretaria de Infraestrutura e Obras, Max Lemos comemora
a retomada de obras emblemáticas, a criação do maior Programa Habitacional da história e investimentos na ordem de R$ 2 bilhõesGlauber Carvalho/Divulgação - Seinfra
Rio - Um Estado com economia em franca recuperação e esperança no futuro. Assim o Rio de Janeiro é descrito pelo atual secretário de Infraestrutura e Obras, Max Lemos. Deputado estadual licenciado, ele completa, este mês, seis meses à frente de uma das Pastas mais importantes da gestão estadual e muitos assuntos em voga. São bilhões de reais investidos, centenas de projetos em andamento, retomada de obras emblemáticas como as de unidades habitacionais para vítimas da Região Serrana e as do Museu da Imagem e do Som, em Copacabana, além da criação de Programas como o Casa da Gente, que vai entregar 50 mil unidades habitacionais em 5 anos. Em entrevista ao DIA, Max Lemos faz um balanço de sua gestão até aqui, ressalta a importância do entrosamento entre o governo do estado e a Assembleia Legislativa, além de anunciar novidades no âmbito do debate social sobre habitabilidade no Estado.
Secretário, como o senhor avalia seus primeiros meses à frente de uma das Pastas mais importantes do governo do estado?
Primeiro, meu maior orgulho, com certeza, é fazer parte dessa recuperação, da retomada do Rio de Janeiro. Sem dúvida é o que mais me deixa feliz, é ver um novo Rio de Janeiro renascendo, com credibilidade e com suas contas ajustadas, o que permite investimento. E obviamente, esse investimento permite o que estamos fazendo aqui, levando o que há de melhor para a população. O Governador Claudio Castro nos deu total autonomia para trabalhar e é isso que temos feito em todas as frentes. Criamos a possibilidade de ouvir as cidades, com o Programa Governo Presente, que é uma forma de democratizar os investimentos do Governo do Estado, dando oportunidade para as prefeituras, os poderes executivo e legislativo municipais de darem opiniões sobre os investimentos que vão ser feitos. Então, o Rio de Janeiro vive um momento ímpar com esse programa. São centenas de projetos apresentados pelas prefeituras que já começamos a executar. E isso demonstra o novo momento de pensar investimento em políticas públicas no Rio. A segunda coisa importante é a oportunidade de fazer o maior programa habitacional da história do Rio de Janeiro. E isso me emociona muito, por saber que o Rio não teve um programa com seus próprios recursos e nunca pensou habitação popular de uma forma total, sempre dependeu do Governo Federal, de convênios. Hoje, o Estado tem a possibilidade de construir 50 mil casas, independentemente de quem esteja à frente da gestão. Nós vamos contratar 10 mil unidades habitacionais a cada ano e isso busca eliminar o déficit habitacional, mas mais do que isso, gera emprego, movimenta a economia, cria esperança nas pessoas. Visitar residenciais e conjuntos habitacionais que estão destruídos, com problemas que vão desde infraestrutura de água e esgoto até telhado, colocar recurso público para melhorar a vida das pessoas em imóveis que foram entregues há décadas e estão em situação muito difícil. Além do projeto Na Régua, um dos braços do Casa da Gente, que será lançado no próximo dia 15, que veio para mudar o conceito de habitabilidade e chega às pessoas mais simples. Isso sem contar os grandes programas de infraestrutura, como o projeto de expansão da Via Light, a recuperação do Teleférico do Complexo do Alemão, a retomada das obras no Museu da Imagem e do Som, em Copacabana, depois de seis anos de obras paradas. Na verdade, o que mais me deixa feliz e realizado é poder olhar para o Rio de Janeiro e ver o Estado, novamente, vivendo seus dias de glória.
Por que o Estado escolheu a habitação como foco de atuação neste momento?
Não é possível falar da sociedade, de uma população, sem discutir habitação. Habitação não é só um teto, é uma questão de dignidade e é direito da população. Não podemos passar ano a ano fazendo meia dúzia de casas e achar que resolvemos o problema. Isso é um programa, algo para se pensar todos os dias. Porque às vezes não se trata de construir a casa, mas transformar o local em que as pessoas vivem, dando habitabilidade. Não adianta achar normal entrar ano e sair ano, e as pessoas continuarem morando em áreas de risco até chegar uma catástrofe que vai atingir não só fisicamente, mas psicologicamente o ser humano. Quando se fala de habitação, se fala de mudar a vida das pessoas de verdade. E, para isso, o Rio agora tem um programa. Isso é o mais importante, saber para onde nós vamos nessa questão. Estou muito feliz por poder tocar o maior programa da história do estado nessa área, com a possibilidade de construir novas unidades, de melhorar a habitabilidade das pessoas, de recuperar onde as pessoas vivem. A importância do programa é essa, porque agora sabemos o que queremos em termos de habitação no Rio de Janeiro. É por estes e outros motivos que promoveremos, no próximo dia 15, o Fórum Moradia. Com a presença do governador Cláudio Castro, vamos debater junto a arquitetos, assistentes sociais e acadêmicos da área, os desafios e as estratégias de combate ao déficit habitacional no nosso estado, além de lançarmos oficialmente o projeto Na Régua. É uma nova forma de olhar para a habitação, mais humanizada e focada no social, na qualidade de vida. E não só num teto cobrindo paredes.
O que o senhor pode dizer sobre a longa espera de milhares de famílias que aguardam a casa própria e já ouviram diversas promessas sobre isso?
Esse novo Rio de Janeiro só existe porque as pessoas que estão no comando dos poderes executivo e legislativo têm muita responsabilidade com dinheiro público. E isso fica claro pela nossa decisão de concluir todas as obras inacabadas, independente das obras novas, é uma posição de quem respeita o dinheiro público. Não podemos ter um conjunto habitacional 11 anos parado como tínhamos, por exemplo, em Laje do Muriaé, no Noroeste Fluminense. Aí você larga ele pra lá, não vai mexer? Estamos retomando todas as obras paradas no Rio que têm capacidade técnica de conclusão, todas.
O que a infraestrutura do Estado tem planejado para a Baixada Fluminense?
A Baixada Fluminense está recebendo um mundo de investimentos como se nunca viu na história. Desde viadutos, como os dois que vamos fazer em São João de Meriti, até centenas de ruas que já estão sendo drenadas e pavimentadas em Nova Iguaçu e Queimados, pontes sendo erguidas, a reforma da Fábrica do Conhecimento em Paracambi... enfim, uma série de investimentos que a região precisa em infraestrutura. E a gente fica feliz em fazer parte dessa história e levar esses investimentos a todos os municípios da Baixada. O poder público tem uma dívida social de muitos anos com a Baixada e esse é o momento de diminuir a distância entre necessidade e a realização.
Como o senhor enxerga o papel da Secretaria de Infraestrutura e Obras na retomada e fortalecimento do turismo?
O conceito de infraestrutura não pode ser só ponte, viaduto e estrada. Hoje, falar de infraestrutura é edificar distritos industriais, criar condicionamento para o desenvolvimento das cidades e, por consequência, do turismo. Tem cidades que a recuperação de um museu, de um teatro, de uma praça com uma igreja centenária cria condição de turismo e, portanto, de geração de recursos. Quando você investe na infraestrutura de cultura como estamos fazendo – não são um ou dois teatros que estamos fazendo – isso melhora a vida das pessoas. É criar uma infraestrutura em todo o espaço envolvido, que nunca teve um acesso adequado, um conforto para ser visitado em determinadas regiões, que vão desde a serra até o mar. E é isso que estamos fazendo.
A pandemia trouxe mais dificuldades à parcela mais pobre da população em diversas esferas. Quais investimentos as regiões mais carentes têm recebido do Estado?
Neste novo cenário e com os recursos que o Rio de Janeiro tem hoje, tornou-se ainda mais necessário aproveitar este momento para investir nas regiões mais pobres. Não só nas comunidades da capital, como em diversas comunidades da Região Metropolitana, haverá investimento do Governo do Estado. Aquelas regiões em que há ocupações, locais onde, por décadas, não houve investimento em saneamento, drenagem, pavimentação... Estamos levando habitabilidade a esses locais. Claro que, na capital, onde há uma densidade populacional muito maior, os recursos precisam ser proporcionais. E nós já começamos a desenvolver projetos transformadores dentro das comunidades do Rio de Janeiro. A primeira comunidade que será totalmente transformada pela nossa gestão é o Complexo da Mangueira. Saneamento e asfalto vão ficar por conta das Águas do Rio – na primeira parceria com a execução da concessionária -, com toda a estrutura de pavimentação, novos acessos e vias. Haverá também a construção de casas populares para enfrentar o problema das famílias que vivem em áreas de risco, uma questão séria que precisa ser solucionada o quanto antes; construção de escolas, bibliotecas, novas praças, espaços culturais... vamos fazer planos inclinados para facilitar a vida das pessoas que precisam chegar ao alto da comunidade, principalmente idosos e pessoas com deficiência física, com mais rapidez e comodidade e menos sacrifício. Já no Complexo do Alemão - onde teremos 1300 unidades habitacionais construídas para sanar uma dívida que o Estado tem há anos com aquela comunidade – vamos recuperar o Teleférico e todas as suas estações para mostrar que, no novo Rio de Janeiro, não se pode jogar fora um equipamento como aquele.
Maior legado?
Entregar um Rio de Janeiro com a autoestima elevada e com esperança de transformação todos os dias e com uma infraestrutura melhor.
Maior desafio?
Vencer a burocracia. Fazer obras públicas não é tarefa simples porque há todo um conjunto de exigências que devem ser cumpridas em um determinado espaço de tempo. Nós entendemos e respeitamos os órgãos de controle, mas é um desafio vencer a burocracia.
Quando deixar seu cargo de secretário, como vai querer ser lembrado?
Como o gestor que deixou centenas de obras encaminhadas e outras tantas em andamento. Ver que valeu a pena todo esse trabalho. Até o fim de março teremos em contrato cerca de R$2 bilhões em obras contratadas e mais R$2 bilhões em projetos encaminhados.
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