Apreensão de drogas feita pela Polícia Civil no aeroporto, por onde seriam enviadas pelos CorreiosPedro Ivo / Agência O Dia
A apreensão faz parte de uma operação em conjunto, iniciada no último dia 30, para fiscalizar correspondências que podem conter drogas escondidas. Ainda nesta terça, na Cidade da Polícia, a Civil divulgou, em uma coletiva de imprensa, um balanço dessa operação. Foram identificadas aproximadamente oito tipos de droga, com as sintéticas aparecendo em maior quantidade. Um valor estimado em aproximadamente R$ 3 milhões.
Em pouco mais de uma semana, só de ecstasy, uma droga sintética, foram encontrados aproximadamente 30 mil comprimidos – o equivalente a R$ 2 milhões. Também foram apreendidos, até o momento, aproximadamente '10kg de haxixe, uma droga também cara. Outras substâncias, como maconha, LSD, lança-perfume e até entorpecentes ainda não identificados foram apreendidos.
A operação começou com a apreensão de uma caixa, na qual foi identificada que havia drogas dentro. O conteúdo foi encaminhado para a Receita Federal, que constatou a presença do entorpecente. A partir de então, aliada à RFB, e com a colaboração dos Correios, a Civil implementou um trabalho para identificar o maior número de caixas que estivesse utilizando os Correios para traficar a droga.
Quando chegam no correio, as remessas passam por raio-x. Se algo suspeito for identificado, alguma droga, entra o trabalho dos cães farejadores. Os animais apontam o local e, tendo indícios ali da substância, a polícia é chamada. Junto com a perícia, é iniciado o trabalho. Inicialmente, foram separadas em torno de duas mil caixas.
"Esses pacotes que foram separados para iniciarmos essas investigações, os remetentes partem do Rio de Janeiro para outros estados. Por vezes também, do próprio Rio para um outro bairro, outra cidade, dentro do próprio estado. Até o momento, identificamos um tráfico interno, do Rio de Janeiro para outros estados", explicou o delegado da DAIRJ, Marcelo Machado.
Ainda não é possível identificar quem está por trás dessas postagens. O remetente nunca se identifica, agindo sob nome falso. Já os destinatários, por vezes realizando a compra como usuário, até chegam a se identificar, embora alguns também prefiram o anonimato. As compras são a varejo e no atacado.
"Em tese, estão traficando tanto para usuários, pela quantidade pequena de droga, mas, algumas dessas remessas, já foram identificadas em uma quantidade muito maior. O exemplo foi uma encomenda de 1.200 comprimidos de ecstasy. Isso dá a entender que de fato há um fornecedor mandando droga para uma outra pessoa traficar a droga nessa região".
Os próximos passos da operação serão voltados para averiguar as duas mil caixas, para saber em quais há drogas ou não. A grande quantidade e a falta de informações torna o trabalho mais difícil, embora o órgão aposte na colaboração com os outros agentes para alcançar o êxito. Além disso, as investigações também partirão em busca do fornecedor, de quem vende e de quem recebe a remessa:
"O ecstasy, por ser uma droga sintética, tem facilidade de ser feita em laboratório, até mesmo dentro de casa. Tendo conhecimento de química ou da área específica, o traficante consegue, ele mesmo, produzir essa droga", exemplificou.
A Receita Federal também informou ao DIA sobre as principais apreensões realizadas. Só neste ano, quase 100 quilos de drogas foram apreendidos pelo órgão nos aeroportos do Rio. A maior operação da RFB apreendeu cerca de 80 quilos de cocaína. Em sequência, vem a apreensão de 12 quilos e 120 gramas das drogas cannabis e a haxixe, seguidas pelas drogas psicoativas ou MDMA (ectasy), com um quilo e 484 gramas. Os destinos, a RFB informou, são variados, tanto para o exterior quanto para dentro do Brasil.
Em poucos dias, foram muitos episódios. Na última quinta-feira (8), a RFB, em uma ação junto com a Polícia Civil, apreendeu uma grande variedade de drogas no Aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador, Zona Norte. Escondidas em encomendas até então inocentes, os agentes encontraram uma grande variedade de entorpecentes.
Também no Galeão, na última terça-feira (6), policiais da Delegacia do Aeroporto Internacional do Rio (DAIRJ) e da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) apreenderam uma encomenda com diversas drogas, além de R$ 10 mil em notas falsas.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.